O Google tem sido alvo de investigações por práticas antitruste, especialmente no que diz respeito a acordos comerciais com fabricantes de dispositivos móveis. Recentemente, a Bloomberg revelou que a gigante da tecnologia paga mensalmente à Samsung para pré-instalar o assistente de inteligência artificial Gemini em celulares Galaxy. Este acordo, iniciado em janeiro de 2025, faz parte de um contrato de dois anos, conforme depoimento de Peter Fitzgerald, vice-presidente de plataformas e parcerias de dispositivos do Google.
Embora Fitzgerald não tenha divulgado valores exatos, ele mencionou que uma parte da receita gerada por anúncios no aplicativo é destinada à Samsung. Esta prática levanta questões legais nos Estados Unidos, onde tais pagamentos são considerados ilegais, alimentando o processo antitruste movido pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) contra o Google.
O contexto do julgamento antitruste

O julgamento antitruste contra o Google, que começou em 2020, é um dos maiores casos do tipo nos últimos anos. O DOJ acusa a empresa de práticas monopolistas no setor de buscas online, argumentando que acordos como o feito com a Samsung limitam a concorrência e prejudicam a inovação. O caso está sendo julgado pelo juiz Amit Mehta, que já lidou com acusações semelhantes contra o Google no passado.
Em resposta às acusações, Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, afirmou que as alegações do DOJ são “desnecessárias e prejudiciais”. Ela destacou que o mercado de buscas está em um momento de intensa competição, citando o crescimento de novos serviços como o ChatGPT e concorrentes internacionais como o DeepSeek.
Qual o impacto das acusações para o Google?
Se as acusações do DOJ forem confirmadas, o Google poderá enfrentar consequências significativas. Uma das medidas sugeridas é a venda do navegador Chrome, o que poderia reduzir o domínio da empresa no setor de buscas. No entanto, o julgamento ainda está em andamento, e o juiz Mehta ouvirá todos os depoimentos antes de tomar uma decisão final.
Além disso, o caso levanta questões sobre a legalidade de pagamentos para garantir a pré-instalação de aplicativos em dispositivos móveis. Essa prática, embora comum, pode ser vista como uma forma de limitar a concorrência e manter o domínio de mercado, o que é uma preocupação central nas leis antitruste.
Quais são as implicações para o mercado de tecnologia?
O resultado deste julgamento pode ter implicações significativas para o mercado de tecnologia como um todo. Se o Google for obrigado a alterar suas práticas, outras empresas podem seguir o mesmo caminho, promovendo um ambiente mais competitivo e inovador. Isso poderia abrir espaço para novos players no mercado de buscas e assistentes de inteligência artificial.
Além disso, o caso destaca a importância de uma regulamentação clara e eficaz no setor de tecnologia, garantindo que práticas comerciais não limitem a inovação e a concorrência. O julgamento pode servir como um precedente para futuros casos antitruste, moldando o cenário tecnológico nos próximos anos.
O futuro das parcerias entre grandes empresas de tecnologia
Parcerias entre gigantes da tecnologia, como Google e Samsung, são comuns e muitas vezes benéficas para ambas as partes. No entanto, é crucial que essas colaborações sejam feitas de maneira transparente e em conformidade com as leis antitruste. O julgamento atual pode influenciar como essas parcerias serão estruturadas no futuro, incentivando práticas mais justas e competitivas.
Em última análise, o caso do Google destaca a necessidade de um equilíbrio entre inovação e regulamentação, garantindo que o mercado de tecnologia continue a prosperar sem práticas monopolistas que possam prejudicar consumidores e concorrentes.