Os golpes no sistema de pagamentos instantâneos Pix continuam a ser uma preocupação significativa no Brasil. Em 2024, as perdas devido a fraudes no Pix atingiram R$ 4,941 bilhões, um aumento de 70% em relação ao ano anterior. Esses dados, obtidos através da Lei de Acesso à Informação, refletem um crescimento preocupante das atividades fraudulentas, apesar dos esforços para mitigar tais ocorrências.
O Banco Central, responsável pela supervisão do Pix, ainda não comentou sobre o aumento das fraudes. As devoluções de valores solicitadas após a constatação de fraudes frequentemente não são efetivadas devido a razões como o encerramento da conta do recebedor ou a falta de saldo. Em 2024, 3,452 milhões de solicitações de devolução foram rejeitadas por esses motivos.
Quais são as principais causas das fraudes no Pix?

As fraudes no Pix são definidas como transações iniciadas sem autorização do pagador, ou realizadas sob coerção. O aumento das notificações de fraude, que ultrapassaram uma média de 390 mil por mês em 2024, indica um crescimento das atividades fraudulentas. Apesar disso, as fraudes representam apenas 0,019% do total de transações realizadas no sistema, que movimentou R$ 26,403 trilhões no ano passado.
A maioria das rejeições de devolução ocorre porque as contas que receberam os valores fraudulentos estavam sem saldo. Isso sugere o uso de contas de passagem, ou contas-laranja, que são utilizadas para escoar dinheiro de forma a dificultar a localização do beneficiário final. Criminosos “alugam” essas contas através de redes sociais, oferecendo valores que podem chegar a R$ 10.000.
Como as instituições financeiras estão lidando com os golpes?
As instituições financeiras, como o Itaú Unibanco, estão adotando medidas rigorosas para combater as fraudes. Contas identificadas como de passagem são fechadas imediatamente. O setor financeiro defende punições severas para usuários que voluntariamente cedem suas contas para atividades fraudulentas, sugerindo o banimento do sistema financeiro por cinco anos.
Fraudadores frequentemente utilizam suas próprias contas para receber os recursos ilícitos. Em 2024, 38% das contas marcadas como fraudulentas estavam no nome do próprio fraudador. Outras 27% foram identificadas como contas-laranja, enquanto apenas 1% foram classificadas como fraudes de aplicação, onde há falsidade ideológica na abertura da conta.
O que pode ser feito para reduzir os golpes no Pix?
Para reduzir as fraudes no Pix, é crucial aumentar a segurança na abertura de contas digitais e fortalecer os processos de verificação de identidade. O Banco Central já intensificou a fiscalização, visando identificar fragilidades no sistema. Além disso, a conscientização dos usuários sobre os riscos de ceder suas contas para terceiros é fundamental.
As instituições financeiras também podem colaborar mais estreitamente com as autoridades para rastrear e punir os responsáveis por fraudes. Medidas como a melhoria dos sistemas de detecção de fraudes e a implementação de tecnologias avançadas de segurança podem ajudar a mitigar os riscos associados ao uso do Pix.