O amor é uma emoção rica e cheia de nuances, que pode surgir de formas surpreendentemente distintas. Para os gregos da Antiguidade, essa pluralidade era tão importante que eles decidiram dar nomes e formas específicas a cada tipo de conexão emocional. São sete, no total, e cada uma oferece um olhar mais sensível sobre como nos relacionamos e por que certos vínculos são tão poderosos.
Compreender esses tipos de amor é como abrir uma nova janela para entender a si mesmo e aos outros. E o melhor: essa jornada emocional também nos ajuda a valorizar melhor as relações que temos ou buscamos.
Amor-próprio é egoísmo? Os gregos pensavam diferente
Muito se fala em autoestima, mas os gregos já tinham um nome para isso: Philautia, o amor por si mesmo. Longe de ser sinônimo de narcisismo, esse tipo de amor é essencial para uma vida emocional equilibrada. Ele estabelece a base para todas as outras formas de amar.
Philautia envolve:
- Reconhecer o próprio valor
- Praticar o autocuidado físico e emocional
- Cultivar a confiança em si mesmo
Ao fortalecer o Philautia, você constrói alicerces sólidos para amar e se relacionar com mais qualidade. Afinal, só conseguimos oferecer o que já temos.
Amizade verdadeira é uma forma de amor e tem até nome
A amizade pode ser um dos amores mais duradouros e genuínos da vida. Para os gregos, isso era tão relevante que ganhou uma definição própria, Philia. Ela representa o afeto entre amigos, irmãos de alma, parceiros de vida que dividem sonhos e fracassos sem interesses ocultos.

Características da Philia:
- Apoio mútuo sem julgamento
- Lealdade que atravessa o tempo
- Confiança construída no cotidiano
Esse amor fortalece o senso de comunidade e mostra que, muitas vezes, são os amigos que escolhemos que mais nos completam.
Existem mais formas de amar do que você imagina
Além de Philautia e Philia, os gregos identificaram outros cinco tipos de amor que também fazem parte das nossas experiências. Cada um com suas particularidades, eles ajudam a montar o quebra-cabeça do afeto humano.
- Pragma: o amor maduro, que cresce com o tempo e é baseado em compromisso, respeito e parceria. Ideal para quem busca estabilidade.
- Ludus: o amor brincalhão e leve, cheio de flertes e liberdade. Costuma marcar o início dos relacionamentos.
- Eros: a paixão intensa, dominada pelo desejo e pela atração física. Pode ser avassaladora, mas também passageira.
- Ágape: o amor altruísta, incondicional, que se entrega sem esperar nada em troca. Muito presente em relações de cuidado e compaixão.
- Storge: o amor que nasce na família, com vínculos profundos e instintivos, base da afetividade desde a infância.
Cada um desses tipos mostra que amar é muito mais do que se apaixonar, é construir, sustentar, respeitar e até saber soltar.
Que tipo de amor tem guiado a sua vida?
Ao conhecer esses sete caminhos do amor segundo a cultura grega, é impossível não se identificar com pelo menos um ou perceber que diferentes amores nos moldam em diferentes fases da vida. Reconhecer essas formas de conexão nos ajuda a viver com mais empatia, entendimento e respeito pelas emoções dos outros.
Seja praticando mais Philautia, cultivando a Philia ou aprendendo com o Pragma, o amor consegue transformar. E, talvez, seja justamente essa a sua maior força.