Na ficção científica, viajar na velocidade da luz é uma ideia fascinante e frequentemente retratada em filmes, livros e séries. Mas, fora das telas, esse feito continua sendo um obstáculo aparentemente intransponível. A luz percorre cerca de 299.792.458 metros por segundo uma velocidade que, segundo a física moderna, representa o limite máximo do universo para qualquer coisa que possua massa.
Gerd Kortemeyer, professor da Michigan State University, explica que apenas partículas sem massa, como os fótons, podem alcançar essa velocidade. Para naves espaciais ou corpos humanos, seria necessário um nível de energia absurdo, tornando essa façanha impossível com a tecnologia e o conhecimento atuais.
O que torna impossível atingir essa velocidade absurda?
O desafio não é apenas técnico, mas físico. Para se ter ideia:
Energia necessária para quase chegar lá
- Acelerar uma nave de 10 toneladas a 99% da velocidade da luz exige mais de 200 vezes a energia consumida pela Terra em um ano inteiro.
- O combustível precisaria ser 100% eficiente, algo que hoje só existe na teoria.
- Nenhum material conhecido atualmente resiste às condições extremas envolvidas nessa aceleração.
Mesmo supondo um combustível milagroso, há outro problema, o corpo humano. A aceleração necessária para atingir essa velocidade geraria forças gravitacionais letais. O ser humano suporta até 6 G por breves instantes, mas, na prática, uma jornada dessas exigiria muito mais do que o corpo pode aguentar.
O que você veria ao viajar na velocidade da luz?
Se um dia pudéssemos desafiar as leis da física, a viagem na velocidade da luz nos apresentaria um espetáculo visual fora do comum. A luz sofreria um efeito chamado “Doppler visual”, mudando a cor dos objetos à medida que nos aproximamos ou nos afastamos deles.
Efeitos de uma viagem à velocidade da luz
- Objetos à frente pareceriam mais azulados.
- Os que ficam para trás assumiriam tons mais avermelhados.
- A percepção do tempo mudaria drasticamente. Dois minutos em alta velocidade poderiam equivaler a dias inteiros na Terra.
Esse fenômeno é conhecido como dilatação do tempo, um dos efeitos mais impressionantes previstos pela teoria da relatividade.
Superar a luz é possível ou só imaginação?
Até onde a ciência chegou, a resposta é um sonoro “não”. Superar a velocidade da luz significa quebrar as regras fundamentais da relatividade. Existem partículas teóricas chamadas táquions que, em teoria, viajariam mais rápido que a luz. Mas elas ainda são meras hipóteses, sem provas reais de sua existência.
Enquanto não descobrirmos um novo caminho nas leis da física, ou uma forma de manipular o espaço-tempo (como buracos de minhoca ou dobra espacial), cruzar o universo na velocidade da luz continuará sendo um sonho distante, mantido vivo apenas pelas histórias que adoramos imaginar.