O Vaticano confirmou que a Santa Missa Exequial do Papa Francisco acontecerá na Basílica de São Pedro. O cardeal Giovanni Battista irá presidir a cerimônia, marcada para as 5h da manhã (horário de Brasília) no próximo sábado. Após a missa, uma procissão acompanhará o corpo até a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde o Papa será enterrado de acordo com seu desejo pessoal.
Essa missa segue o que o “Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice” estabelece, mas com um diferencial: refletirá a espiritualidade simples que Francisco sempre pregou. O momento se tornará um símbolo de fé, encerrando o ciclo terreno de um papa que inspirou milhões ao redor do mundo.
O trajeto final do Papa será repleto de simbolismo e devoção
Na quarta-feira, às 4h da manhã, o corpo do Papa será levado da Capela de Santa Marta até a Basílica de São Pedro. Durante esse trajeto, milhares de fiéis poderão se despedir de um líder que valorizava o contato direto com as pessoas. A procissão atravessará locais marcantes de seu papado, reforçando o laço com a comunidade.
O percurso passará por:
- Praça Santa Marta
- Praça dos Protomártires Romanos
- Entrada principal da Basílica de São Pedro
Esse caminho foi pensado para oferecer uma despedida próxima e significativa, algo que Francisco sempre priorizou em seu ministério. Cada parada irá relembrar momentos que marcaram seu pontificado e sua mensagem de humildade.
O funeral dividido em três fases bem definidas
O funeral será dividido em três fases, conforme tradição adaptada por Francisco:

- Confirmação da morte e fechamento dos aposentos papais
- Exposição do corpo na Basílica de São Pedro para visitação pública
- Celebração da missa e, em seguida, o sepultamento
Durante a cerimônia final, a homilia exaltará a espiritualidade, as causas defendidas por Francisco e sua missão de renovar a Igreja. Ao término da missa, colocará-se um pano branco sobre seu rosto — um gesto simbólico que sinaliza a entrega de sua alma a Deus.
Além disso, a missa não seguirá um protocolo carregado de pompa. Pelo contrário, os elementos mais solenes darão lugar a rituais mais diretos e carregados de sentido humano e espiritual.
Mudanças aprovadas pelo Papa apontam um novo rumo para os rituais
O próprio Papa Francisco propôs mudanças importantes no ritual funerário. Essas decisões não apenas revelam seu estilo, mas também inspiram novos caminhos para futuros pontífices.
Ele eliminou práticas antigas e adotou soluções mais simples, como:
- Sepultamento fora do Vaticano, conforme seu desejo pessoal
- Substituição dos três caixões tradicionais por uma urna única de madeira com interior de zinco
Com essas reformas, Francisco quis lembrar ao mundo que o papa, antes de tudo, é um pastor. Monsenhor Diego Ravelli, mestre de cerimônias litúrgicas do Vaticano, explicou que a intenção é destacar a figura de um líder espiritual, e não de um monarca.
O impacto futuro dessas escolhas pode ser profundo
Essas mudanças não apenas respeitam os valores do Papa Francisco, como também lançam novas perspectivas sobre os funerais papais. Elas abrem caminhos para que futuros papas escolham seus próprios destinos, aproximando ainda mais a Igreja de seus fiéis.
Entre os principais impactos estão:
- Redução dos custos e da complexidade das cerimônias
- Humanização do ritual, com foco na espiritualidade
- Possibilidade de sepultamentos personalizados em locais com valor simbólico
Francisco deixa, assim, uma herança que vai além das palavras. Seu funeral, planejado com sobriedade e significado, resume sua visão de uma Igreja acessível, humana e conectada com os valores do Evangelho. Por isso, seu legado deve ecoar por muito tempo nas futuras decisões do Vaticano.