Desde sua introdução, o Pix transformou a maneira como os brasileiros realizam transações financeiras, oferecendo rapidez e conveniência. No entanto, essa popularidade também atraiu a atenção de fraudadores, que criaram métodos complexos para explorar o sistema. Um dos golpes mais comuns atualmente é conhecido como “golpe do Pix errado“.
Esse golpe utiliza o Mecanismo Especial de Devolução (MED), uma ferramenta criada para proteger os usuários em casos de transações fraudulentas. Os criminosos fazem uma transferência para a conta da vítima e, posteriormente, solicitam a devolução do valor, alegando um erro. O valor devolvido, no entanto, é direcionado para uma conta diferente, controlada pelos golpistas.
Como funciona o golpe do Pix errado?

O golpe começa com uma transferência inesperada para a conta da vítima. Em seguida, os golpistas entram em contato, geralmente por mensagem ou ligação, pedindo a devolução do dinheiro, sob o pretexto de um engano. A vítima, acreditando na história, devolve o valor para uma conta indicada pelos criminosos. Enquanto isso, os golpistas acionam o MED para tentar recuperar o valor inicial, causando um prejuízo duplo.
Os casos desse tipo de golpe têm aumentado significativamente. Dados do Banco Central indicam um crescimento expressivo nas solicitações de devolução por fraude, ressaltando a necessidade de medidas mais eficazes para proteger os usuários.
Medidas de proteção e novas funcionalidades
Para combater esses golpes, o Banco Central anunciou novas medidas que serão implementadas a partir de outubro de 2025. Uma nova funcionalidade será adicionada aos aplicativos bancários, permitindo que os usuários solicitem reembolsos diretamente, sem a necessidade de intermediários. Essa atualização do MED visa simplificar o processo de denúncia e recuperação de valores.
Com a implementação da normativa BCB nº 589, os bancos serão obrigados a atualizar seus sistemas para incluir opções de autoatendimento no ambiente do Pix. Isso permitirá que as vítimas denunciem transferências indevidas diretamente no aplicativo do banco. Caso a fraude seja confirmada, o banco poderá bloquear os recursos e devolvê-los ao pagador.
Limitações e considerações do MED
É importante destacar que o MED não cobre todas as situações. Ele é aplicável apenas em casos de fraude comprovada ou falhas operacionais das instituições financeiras. Erros cometidos pelo próprio usuário, como digitar um número incorreto durante uma transferência, não são cobertos pelo mecanismo.
Além disso, o Banco Central determinou que os bancos devem destacar o acesso ao MED nos aplicativos, facilitando o registro de reclamações. A atualização do MED está programada para entrar em vigor em outubro de 2025, prometendo maior segurança para os usuários do Pix.