O Tribunal de Contas da União (TCU) recentemente destacou a necessidade de melhorias no processo de análise de benefícios previdenciários pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão surgiu após uma auditoria do programa de Supervisão Técnica de Benefícios (Supertec), que revelou uma alta taxa de indeferimentos indevidos nos anos de 2023 e 2024. Essa situação trouxe à tona a urgência de aprimorar a eficiência e a transparência na concessão de benefícios.
Em 2023, o INSS processou aproximadamente 5,964 milhões de benefícios, com uma média mensal de 1,2 a 1,4 milhão de solicitações. Isso resultou em um total anual estimado entre 14,4 milhões e 16,8 milhões de pedidos. No entanto, uma taxa de 13,2% de indeferimentos manuais incorretos foi identificada, representando entre 1,9 milhão e 2,2 milhões de benefícios negados sem justificativa válida.
Quais são os principais problemas identificados pelo TCU?

O relatório do TCU apontou que a avaliação da produtividade dos servidores do INSS é um dos principais problemas. Atualmente, o desempenho é medido pelo volume de processos analisados, sem considerar a qualidade das decisões. Esse modelo pode incentivar indeferimentos rápidos e superficiais. Além disso, a comunicação com os segurados é deficiente, com muitos indeferimentos ocorrendo sem explicações claras, complicando o processo de recurso.
Outro ponto crítico é o Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis), que apresenta deficiências que podem levar a indeferimentos indevidos devido a dados desatualizados ou inconsistentes. Essas falhas não apenas prejudicam os segurados, mas também sobrecarregam o sistema com recursos administrativos desnecessários.
Medidas propostas para melhorar o sistema de benefícios
Para enfrentar esses desafios, o TCU determinou que o INSS implemente mudanças estruturais significativas. Entre as medidas propostas estão:
- Mecanismos proativos para identificar e corrigir falhas antes do indeferimento dos pedidos.
- Verificações automáticas mais rigorosas para reduzir erros no processamento dos benefícios.
- Uso de inteligência artificial para corrigir pequenos erros nos requerimentos, evitando negativas desnecessárias.
- Avaliação da qualidade das análises para garantir maior precisão nas decisões.
- Treinamento dos servidores para aprimorar a análise dos documentos e a comunicação com os segurados.
Como os segurados podem se proteger de indeferimentos indevidos?
Para minimizar o risco de ter um benefício negado injustamente, os segurados devem estar atentos a alguns aspectos importantes. É crucial verificar a precisão dos dados no Cnis, garantir que todos os períodos de contribuição estejam corretamente registrados e compreender as razões para qualquer indeferimento recebido. Caso o benefício seja negado, é recomendável entrar com um recurso administrativo no INSS dentro do prazo estabelecido.
Se necessário, o segurado pode buscar apoio jurídico para contestar a decisão, com a ajuda de um advogado especializado. As medidas determinadas pelo TCU visam tornar o processo de concessão de benefícios mais eficiente e transparente, assegurando que os direitos dos segurados sejam reconhecidos justamente.