Elon Musk, conhecido por liderar gigantes da tecnologia como Tesla e SpaceX, surpreendeu ao assumir um novo papel como administrador do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Donald Trump. O objetivo do departamento é reduzir os gastos públicos nos Estados Unidos, mas a abordagem adotada por Musk gerou controvérsias.
Em uma declaração recente, Musk afirmou que os funcionários do DOGE trabalham 120 horas por semana, o que levantou preocupações sobre a legalidade e a ética dessa carga horária. Nos Estados Unidos, as leis trabalhistas permitem jornadas que variam entre 8 e 12 horas diárias, dependendo do estado, o que torna a proposta de Musk um desafio aos limites legais estabelecidos. “Nossos oponentes burocráticos trabalham com otimismo 40 horas por semana”, disse Musk. “É por isso que eles estão perdendo tão rápido.”
Qual é o impacto das jornadas de trabalho extremas?
A proposta de Musk de uma carga horária de 120 horas semanais ignora a necessidade básica de descanso e levanta questões sobre a saúde dos trabalhadores. Considerando que uma pessoa precisa dormir cerca de 8 horas por dia, restariam apenas 48 horas livres na semana, sem contar o tempo necessário para alimentação e deslocamento.
Especialistas alertam que jornadas excessivas podem levar ao esgotamento mental, aumento da ansiedade e até colapsos físicos. A declaração de Musk, que critica funcionários de outras agências governamentais por trabalharem 40 horas semanais, intensificou o debate sobre a cultura do excesso de trabalho.

Sergey Brin e a cultura do trabalho no Vale do Silício
O cofundador do Google, Sergey Brin, também entrou na discussão ao sugerir que a equipe de inteligência artificial Gemini aumentasse sua jornada para 60 horas semanais. Brin, que retornou ao Google em 2023, acredita que 60 horas é o ponto ideal de produtividade, mas sua declaração reacendeu debates sobre a cultura de trabalho no Vale do Silício.
Brin criticou aqueles que resistem à mudança, chamando-os de “improdutivos e desmoralizadores”. Embora sua proposta seja menos radical que a de Musk, ela ainda desafia as normas tradicionais de trabalho e levanta preocupações sobre o bem-estar dos funcionários.
Desafios e implicações legais
Trabalhar 120 horas semanais não é apenas fisicamente inviável sem comprometer necessidades básicas, mas também viola direitos trabalhistas históricos. A legislação dos EUA, que limita jornadas extremas, foi estabelecida após décadas de lutas por condições dignas de trabalho, incluindo a conquista da semana de 40 horas na década de 1930.
Apesar dos alertas, Musk e Brin parecem determinados a promover suas visões. Musk defende que a intensidade é necessária para “cortar gastos e vencer a burocracia”, enquanto Brin argumenta que a pressão por produtividade é essencial para manter a liderança do Google em inteligência artificial.
O futuro da eficiência e dos direitos trabalhistas
O debate sobre até onde empresas e governos podem ir em nome da “eficiência” está longe de terminar. As declarações de Musk e Brin servem como exemplos extremos de como a cultura do trabalho sem limites continua desafiando direitos básicos. Funcionários anônimos expressam preocupação com o impacto dessas políticas em seu bem-estar e na eficiência das equipes, já que estudos mostram que jornadas excessivas reduzem a produtividade a longo prazo.
Enquanto isso, o mundo observa atentamente as consequências dessas propostas e como elas moldarão o futuro do trabalho e dos direitos trabalhistas nos Estados Unidos e além.