O filme “Ainda Estou Aqui“, dirigido por Walter Salles, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional e se tornou um marco no cinema brasileiro. A produção, estrelada por Fernanda Torres e Selton Mello, recria o Brasil dos anos 1970 durante a ditadura militar, utilizando 16 bairros do Rio de Janeiro como pano de fundo. Com o sucesso do filme, muitos desses locais se transformaram em pontos turísticos para os fãs.
Além dos cenários fictícios, o filme destaca locais históricos relacionados à prisão e morte de Rubens Paiva e à luta de Eunice Paiva contra a ditadura. Esses locais têm atraído visitantes interessados em conhecer mais sobre essa parte da história brasileira. A seguir, apresentamos alguns dos principais locais que podem ser visitados.
Quais são os principais locais de filmagem de “Ainda Estou Aqui”?
O filme utiliza diversos locais icônicos do Rio de Janeiro para ambientar sua narrativa. Entre eles, destaca-se o Café Manon, uma confeitaria tradicional localizada no centro da cidade. Este local é cenário de momentos importantes do filme, como as cenas em que Eunice e Rubens Paiva se divertem com seus filhos. O café, aberto em 1942, é famoso por sua decoração art-déco e seus doces tradicionais.
Outro local significativo é a Casa da Família Paiva, que foi representada por uma residência na Rua Roquete Pinto, na Urca. Embora a casa original no Leblon tenha sido demolida, a semelhança com o imóvel da Urca fez dele o cenário ideal para o filme.

Como o Instituto Municipal Nise da Silveira foi utilizado no filme?
O Instituto Municipal Nise da Silveira foi escolhido para simular o DOI-Codi, onde ocorreram cenas de prisão e interrogatório. O edifício real onde Rubens Paiva foi torturado está localizado na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, e atualmente abriga o 1º Batalhão de Polícia do Exército. Há um movimento para transformar o local em um centro de memória contra a ditadura, semelhante ao Memorial da Resistência em São Paulo.
Quais outros locais históricos estão relacionados ao filme?
Em São Paulo, o Edifício Major Quedinho foi utilizado para representar a mudança da família Paiva para a cidade. Embora a família nunca tenha morado ali, o prédio é um marco arquitetônico da Bela Vista e já apareceu em outras produções televisivas.
Outro ponto de interesse é o Busto de Rubens Paiva, localizado em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército na Tijuca. A escultura, criada por Edgar Duvivier, foi instalada em 2014 e tem sido alvo de pedidos de revitalização devido ao sucesso do filme.

Por que o túmulo de Eunice Paiva é significativo?
Eunice Paiva, que faleceu em 2018, está sepultada no Cemitério do Araçá, em São Paulo. Embora o túmulo não apareça no filme, ele se tornou um local de visitação devido à importância de Eunice na luta contra a ditadura. Visitas guiadas ao cemitério agora incluem uma parada em sua sepultura, destacando seu legado como defensora da democracia brasileira.
Esses locais não apenas servem como cenários para “Ainda Estou Aqui”, mas também como testemunhos vivos de uma época crucial na história do Brasil. Visitar esses locais oferece uma oportunidade única de se conectar com a narrativa do filme e com a história real que ele retrata.