Diante do peso da fala de Bruno Aiub, o Monark, os Estúdios Flow anunciaram o fim do Flow Podcast, programa principal da empresa. Em sua última edição, nesta terça-feira (08/02), como um ato simbólico e de retratação, o programa recebeu o cientista político André Lajst, que é judeu, para conversar sobre a importância do repúdio ao nazismo.
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“O Monark, realmente, está sendo desligado dos Estúdios Flow. Vocês sabem que ele era meu sócio, e o que vai acontecer aqui: eu vou comprar a metade dele, porque eu não acredito que seja justo, que ele, que me ajudou a construir tudo isso, abra mão de tudo”, disse Igor.
“(...) A gente vai continuar fazendo programas aqui. Os programas da casa vão continuar, também. (...) Diretamente, mais de 80 pessoas dependem do Flow, sem falar em ações sociais”, explicou 3k, reforçando o que levou à decisão de manter os Estúdios Flow em ação, mas sem Monark.
André Lajst fala sobre a importância de repudiar o nazismo
Logo após as primeiras explicações de Igor e mais um pedido de desculpas de Monark, a palavra foi dada a André Lajst, cientista político e de origem judia, tendo em seu avô a figura de um sobrevivente do holocausto.
O professor explicou de forma esmiuçada o perigo de se legitimar qualquer tipo de espaço ao nazismo dentro de um debate democrático. “O nazismo não perseguiu só judeus. Perseguiu negros, ciganos, deficientes, gays. (...) A gente não pode normalizar o mal. O mundo é feito de palavras, ações e reações, e o mundo foi, até pouco tempo, um lugar ruim para muitas pessoas”, pontuou Lajst.
Lajst ainda deixou de presente na bancada do Flow o livro O Holocausto, do historiador Martin Gilbert, que conta com detalhes como se deu um dos momentos mais trágicos da história da humanidade. A live, que durou cerca de 40 minutos, chegou a ser assistida por mais de 200 mil pessoas simultaneamente.
A fala antissemitista de Monark
A fala perigosa de Monark se deu no episodio 545 do Flow Podcast, exibido na última segunda-feira (07/02). Os convidados eram os Deputados Federais Tabata Amaral (PSD) e Kim Kataguiri (Podemos) e, durante a conversa, Monark defendeu a ideia de que deveria haver um partido nazista constituído dentro da legalidade.