Charlie Chaplin (1889-1977) popularizou o cinema e se tornou ícone da sétima arte. Vida e obra do ator, diretor, dançarino e produtor londrino serão relembradas no musical que fica em cartaz até domingo (21), no Teatro Sesiminas. Inspirada no texto original de Christopher Curtis e Thomas Meehan, a versão brasileira foi montada por Miguel Falabella e é protagonizada por Jarbas Homem de Mello.

Jarbas se preparou por seis meses para interpretar Chaplin dos 13 aos 82 anos.
Antes de iniciar os ensaios, Jarbas leu biografias e, sobretudo, assistiu a 85 filmes com e sobre Chaplin. “Ao me aprofundar, apaixonei-me mais ainda por todas as facetas dele. Foi genial como artista circense, bailarino, cantor e compositor”, diz. O brasileiro participou de oficinas das diferentes artes dominadas por Chaplin. “Quis experimentar no meu corpo tudo o que ele fez. Queria saber como encontrou seus personagens pela fisicalidade.”
“Virar” Charlie Chaplin foi um desafio. “Tive que experimentar todas as facetas, envelhecendo corpo, voz, pensamento e atitude”, revela Jarbas. A tarefa se tornou menos difícil devido às escolhas de Christopher Curtis, compositor das músicas e letras da montagem original. Curtis levou em conta a variação da voz do personagem em diferentes momentos da vida. “No início, ele canta mais agudo. Depois, o tom se torna mais grave à medida que ele envelhece. Chaplin perdeu o tônus da laringe e do corpo inteiro”, ressalta.
TESTE
Sidney Chaplin foi o responsável pelo ingresso de Charlie no universo teatral. Levou-o ao primeiro teste, cuidou do caçula quando a mãe enlouqueceu. Quando os dois se mudaram para Los Angeles, nos Estados Unidos, o irmão se tornou agente do futuro astro.
O musical apresenta a trajetória de Chaplin da fama ao período posterior ao estrelato. “Ele foi acusado de comunista. Apresentamos um paralelo entre a vida e a obra, mostramos o que estava ocorrendo politicamente no mundo quando ele fez seus filmes”, conta Jarbas. Entre os clássicos de Chaplin estão Carlitos Casanova (1914), O vagabundo (1915), O imigrante (1917), Vida de cachorro (1918), Tempos modernos (1936) e O grande ditador (1940).
Charlie Chaplin teve quatro casamentos – três com estrelas de seus filmes: Milded Harris, Lita Grey e Paulette Goddard. Já cinquentão, casou-se com Oona O’Neill, de 18, filha do teatrólogo irlandês Eugene O’ Neill, com quem teve seis filhos e viveu até morrer, aos 88 anos, em 1977.
CHAPLIN, O MUSICAL
De Christopher Curtis e Thomas Meehan. Versão brasileira: Miguel Falabella. Com Jarbas Homem de Mello, Juan Alba, Helga Nemeczyk, Naíma e Paulo Goulart Filho, entre outros. Teatro Sesiminas. Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia. Sexta (19) e sábado (20), às 21h; domingo (21), às 18h. Inteira: R$ 50, R$ 120 e R$ 180. Informações: (31) 3241-7181.