
Ele destaca que a longevidade levou à consistência do trabalho, uma vez que “a linguagem precisa de aprimoramento diário”. Mário destaca a assinatura do trabalho resultado de sua formação pessoal, bem como da formação da bailarina e coreógrafa Rosa Antuña e do compositor Fábio Cardia – que integram a companhia. “Foi possível construir essa linguagem devido à atuação de todas as pessoas que passaram pela companhia. Fábio Cardia músico com quem trabalho, há 20 anos. A Rosa, assim como eu, é bastante detalhista com a linguagem”, diz.

Ao longo de duas décadas, a companhia montou 11 espetáculos. O Garrafa enforcada (2017) foi inspirado no livro História dos nossos gestos, de Luís da Câmara Cascudo. “Câmara Cascudo estuda os gestos e trejeitos do povo brasileiro. O elenco estudou muito a questão do gesto. É um dos nossos trabalhos mais divertidos. É bem despretensioso”, diz Mário.

Mário propõe, por meio da dança, contribuir com debates na sociedade brasileira. Para ele, a arte é trincheira de resistência contra racismo, machismo, LGBTFobia. “Queremos falar de algo maior que é o cerceamento da liberdade de expressão. Estamos em momento de pressão contra artistas, que não podem se expressar livremente. Fazemos resistência nesses 20 anos”, conclui Mário.
Cia. Mario Nascimento
Comemoração dos 20 anos. Garrafa Enforcada, nesta sexta (03), às 20h. Território Nu, sábado (04), às 20h. Dança de brinquedo, domingo (05), às 16h. Teatro Marília. Avenida Alfredo balena, 586. Ingressos: R$20 (inteira) e R$ 10 (meia). Informações: (31)3277-4697