
Ao lado do Brasil e do México, a Argentina desenvolve trabalho singular nessa delicada modalidade cênica que utiliza bonecos, objetos e sombras em pequenos formatos. “Para esta edição do Festim, recebemos 140 inscrições de peças brasileiras e do exterior. Decidimos privilegiar os argentinos como forma de valorizar e reconhecer a expertise deles”, explica Thiago Almeida, curador do evento.
O grupo Gabriela Clavo y Canela veio de Mendoza para apresentar Bladimir. Exibida dentro de uma caixa para um espectador por vez, a montagem se dá com bonecos que não ultrapassam 10cm. O microcenário mimoso é composto por caixões e quadros antigos. Com apenas dois minutos, o enredo narra as peripécias do Conde Drácula Bladimir, vampiro que se esforça para assustar, mas só consegue ser engraçado.
De acordo com a atriz e bonequeira Gabriela Cépedes, a dramaturgia para teatro em miniatura é mais trabalhosa do que se pode imaginar. “Não é fácil, requer um processo grande de pesquisa, experimentação e sintetização.
Sem texto falado, Bladimir não exige traduções do espanhol. “No Festim, de qualquer forma, todos os espetáculos estrangeiros com falas são encenados em português”, explica Thiago Almeida.
Vincent, espetáculo lambe-lambe de Andreia Baamonde, é outra atração hermana do festival. Inspirada na tela Quarto em Arlés, do pintor holandês Vincent Van Gogh, a história tem três minutos.
Cuenta ovejitas, do grupo cordobês Piedra Libre, e Circo em miniatura, da Cia. Umami, completam a programação. A primeira tem como protagonista um jovem que tenta dormir, apesar de episódios irritantes atrapalharem seu sono. A segunda recupera o universo circense.
FESTIM
Bladimir, da Cia. Gabriela Clavo y Canela; Circo em miniatura, da Cia. Umami; Cuenta ovejitas, da Cia. Piedra Libre; e Vincent, de Andrea Baamonde. Sábado (16/9), das 14h às 20h, no CCBB (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Domingo (17/9), das 10h às 14h, no Parque das Mangabeiras (Av. José do Patrocínio Pontes, 580, Mangabeiras). Sessões para um espectador de cada vez.