O prédio que abriga a sede da Jovem Pan News, na avenida Paulista, em São Paulo, foi alvo de protestos nesta quarta-feira (13/07).
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Adrilles Jorge pede demissão da Jovem Pan News para ser candidatoComentarista da Jovem Pan chama Fernanda Montenegro de 'decadente'William Bonner é acusado de debochar de Jair Bolsonaro durante o JNAnitta usa 'L' de Lula e estrela do PT para divulgar clipe de Tudo Nosso'Bolsonaro não se vende para a imprensa', dispara Carla CecatoMulheres do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), que compõem o coletivo Mulheres em Movimento, organizaram uma manifestação com cartazes e gritos de palavras de ordem em repúdio à forma como o canal exibiu o vídeo do estupro cometido por um médico anestesista contra uma mulher em trabalho de parto no Rio de Janeiro.
O caso aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, em São João Meriti, região localizada na Baixada Fluminense.
Na última segunda-feira (11/07), a emissora exibiu, sem tarjas ou filtros, ou aviso de sensibilidade, as imagens na íntegra do médico Giovanni Quintella estuprando uma paciente que estava sedada em sua programação, durante o Jornal Jovem Pan, por volta das 10h30.
A gravação foi divulgada exibindo a identidade da vítima, o que gerou repercussão negativa e fez com que o canal tirasse o conteúdo de seu site oficial. Em outros noticiários da casa, a cena foi mostrada com desfoque. Vale destacar, que a maior parte das emissoras e veículos de comunicação exibiu o material desfocado ou com tarjas para preservar a identidade.
O grupo de mulheres acusa a Jovem Pan de apologia ao estupro. "Jovem Pan baixa, machista, misógina", dizia o cartaz segurado por uma das manifestantes. "Depois do não, tudo é assédio" e "Não temos um dia de paz. O Brasil teve um estupro a cada 10 min e feminicídio a cada sete horas" eram outras mensagens exibidas pelas manifestantes. As mulheres do movimento ainda estavam com as mãos pintadas com tinta vermelha, simbolizando sangue. De acordo com as informações do colunista Ricardo Feltrin, do portal UOL, houve um princípio de tumulto e a polícia foi chamada para dispensar o protesto.
No perfil oficial do MTST no Instagram, foi publicado um registro do protesto. "A voz das mulheres resiste e ecoa! A ação do coletivo do MTST Mulheres em Movimento seguiu firme para a Jovem Pan! Não aceitamos mais uma violação de nossos corpos", iniciou o texto.
"Basta de expor a vítima de um estupro num centro cirúrgico em veículos de informação sem qualquer tarja que proteja seu corpo e sua vida! Exigimos reparação e respeito! É pela vida e pela integridade das mulheres", acrescentou.