O avanço de tropas da Rússia e a possibilidade de novos ataques a várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital do país, Kiev, têm levado vários veículos de comunicação a retirarem seus correspondentes do país por conta da insegurança de mantê-los no local.
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Dois jornalistas brasileiros que cobrem a guerra deixaram a capital ucraniana entre segunda (28/02) e terça-feira (01/03). Yan Boechat, correspondente da Band, e Sergio Utsch, do SBT, usaram as redes sociais para relatar a saída após o sexto dia de conflito.
"Situação em Kiev se deteriorou nas últimas horas. Estamos sem conseguir dinheiro, pouca gasolina e poucos recursos. Decidimos recuar em direção a Lviv enquanto ainda é possível. Kiev estava linda hj depois da neve que caiu na madrugada", escreveu Boechat nas redes sociais.
Já Utsch que estava a 100 quilômetros de Kiev fez uma série de postagens no Twitter para relatar as dificuldades de deixar a capital. Segundo o relato do jornalista, depois de 9 horas de viagem e intenso congestionamento, a equipe da emissora de Silvio Santos decidiu parar no meio do caminho. No entanto, Sergio afirmou que, enquanto puder, seguirá no país.
"Estamos a 100 quilômetros de Kiev. Congestionamento enorme. Estamos parados há quase 1 hora. Milhares, como nós, tentam se afastar da capital", afirmou.
"9 horas de uma viagem que não vai terminar hoje porque decidimos não dirigir à noite pra diminuir os riscos. Há dezenas de barricadas e linhas de defesa entre a capital Kiev e a região oeste da Ucrânia. Em várias delas, soldados ou milicianos pedem documentação dos passageiros", acrescentou.
"Algumas [barricadas] estão extremamente fortalecidas, com blocos de concreto, sacos de areia e pneus. Outras, mais frágeis, tem até galhos de árvores. Vi adolescentes ajudando o trabalho dos adultos. Parece, aliás, um trabalho que envolve as comunidades locais", destacou.
Confira, abaixo, os relatos dos profissionais sobre suas saídas de Kiev:
Situação em Kiev se deteriorou nas últimas horas. Estamos sem conseguir dinheiro, pouca gasolina e poucos recursos. Decidimos recuar em direção a Lviv enquanto ainda é possível. Kiev estava linda hj depois da neve que caiu na madrugada pic.twitter.com/RbOifae9sS
%u2014 Yan Boechat (@Yanboechat) March 1, 2022
Muita gente tentando sair de Kiev. Filas intermináveis, já passei por dezenas de checkpoints improvisador e comandados por civis armados apenas com espingardas de caça. Intensa movimentação militar em direção a Kiev. Em seis horas avancei 200km ao Sul pic.twitter.com/vvT0pKvDrh
%u2014 Yan Boechat (@Yanboechat) March 1, 2022
Estamos a 100 KM de Kiev. Congestionamento enorme. Estamos parados há quase 1 hora. Milhares, como nós, tentam se afastar da capital. @sbtnews pic.twitter.com/7JPEOKssdc
%u2014 Sérgio Utsch (@utsch) March 1, 2022
Importante: deixamos Kiev, mas não deixamos a Ucrânia. Enquanto e onde tivermos condições, vamos continuar com o nosso trabalho.
%u2014 Sérgio Utsch (@utsch) March 1, 2022
Veja, abaixo, a reportagem na íntegra:
Na última sexta-feira (25/02), o correspondente Mathias Brotero da CNN Brasil e os jornalistas Leandro Stolar e Luis Felipe Silveira da Record TV, já haviam deixando a Ucrânia de trem, rumo à Varsóvia, na Polônia.
De trem, o transporte durou mais de 22 horas, já que as luzes são apagadas para que não chamem a atenção da Rússia e virem possíveis alvos.
"A situação de segurança aqui em Kiev ficou complicada com a invasão do exército russo", relatou Brotero.
Outro enviado pelo canal de Edir Macedo, Roberto Cabrini, também não conseguiu chegar até Kiev. Ele ainda se encontra em Lviv conforme mostrou o Jornal da Record na noite desta segunda-feira (28/02).
De acordo com as informações do colunista Mauricio Stycer, do portal UOL, com a saída de Yan Boechet e Sergio Utsch,não há mais enviados especiais de emissoras brasileiras na capital da Ucrânia.
Vale destacar, que sem repórter no território ucraniano, a TV Globo tem exibido material produzido pelo fotógrafo Gabriel Chaim, que está em Kiev com os próprios recursos nas ruas do município cercado pelas tropas de Vladimir Putin.