Nesta quarta-feira (09/02), o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito para investigar a conduta do ex-comentarista da Jovem Pan, Adrilles Jorge, que, na última terça-feira (08/02), fez um gesto semelhante a uma saudação nazista.
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De acordo com o MPSP, o inquérito foi instaurado pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Inteligência (Gecradi). Os promotores entendem que, no contexto da defesa do apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, Jorge encerrou um programa na Jovem Pan com uma saudação nazista, o que em tese contraria os dispositivos da Lei 7.716/89 (que prevê como crime preconceito contra qualquer raça ou cor, com pena de até cinco anos).
Tanto o MP de São Paulo, quanto a Procuradoria-Geral da União (PGR), a pedido do próprio procurador-geral da República, Augusto Aras, já tinham instaurado uma investigação sobre as condutas de Monark e do deputado federal Kim Kataguiri (DEM) durante o programa ao vivo, transmitido para 400 mil pessoas. Enquanto no podcast, ele afirmou ser a favor da liberdade de criação de partidos nazistas ou mesmo de grupos antijudeus, o parlamentar disse que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo.
Adrilles se defende após seu desligamento da emissora
"Fui demitido da Jovem Pan por dar um tchau deturpado por canceladores. Infelizmente a pressão de uma turba canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito.
Agradeço à Jovem Pan pela oportunidade e a todos os amigos que lá conquistei e que em mim confiam e apoiam", defendeu-se o comentarista em sua rede social.
Ao fim do programa, no entanto, é possível ouvir o jornalista William Travassos reagindo ao gesto: "Surreal, Adrilles". O comentarista, então, sorri, como se tivesse acabado de fazer uma piada. Ele justificou que, durante todo o tempo em que comentou o caso de Monark, se posicionou contra o nazismo, mas pediu desculpas à comunidade judaica que se sentiu ofendida.
"Eu não fiz rigorosamente nada. Sou anti-nazista por natureza. Por outro lado, posso até pedir desculpas pelo calor do momento a pessoas que eventualmente tenham se enganado em relação ao meu gesto, particularmente à comunidade judaica.
Eu jamais faria, nunca, de forma alguma, um gesto ignominioso a título de gracejo ou qualquer outra coisa. Até porque, reitero, nos 30 minutos que precederam a minha despedida, o meu tchau meio irônico, de uma forma meio galhofeira, não houve qualquer outra coisa, senão a condenação absoluta, total e irrestrita desse movimento pavoroso que é o nazismo, que não cabe nenhum tipo de brincadeira, aceno ou gracejo", disse.