Shantal Verdelho, voltou a falar sobre a violência obstétrica que sofreu pelo médico Renato Kalil. Neste domingo (09/01), em entrevista exclusiva à repórter Flávia Cintra, do Fantástico, da TV Globo, ela reviveu cenas de seu parto, que foi gravado, nas quais ouve humilhações e xingamentos do obstetra e recebe ordens dele.
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"Eu tinha alguns motivos para não falar. Além de não estar bem emocionalmente, eu não queria a imagem da minha filha exposta desse jeito, num contexto de que a chegada dela foi horrível", iniciou.
Shantal contou também que o trabalho de parto levou 48 horas, mas que o cenário apenas ficou desagradável com a chegada do profissional.
"Entrei em trabalho de parto, fiquei em casa tendo os primeiros sinais, as primeiras contrações.
No hospital, foram aproximadamente 12 horas. Ele chegou nas duas horas finais, muito apressado e foi quando mudou o clima do parto. Eu não entendi o porquê de tamanha pressa e aquela agonia toda", afirmou.
Segundo Verdelho, por falta de dilatação, Kalil falava diretamente com Mateus, induzindo-o a seguir com a influência do parto através de remédios. Na sequência, ele sugere uma episiotomia, um procedimento cirúrgico no períneo, região entre a vagina e o ânus, para facilitar a passagem do bebê.
"Ele ficava insistindo para o Mateus para que fosse feita a episiotomia num tom como se: 'Olha aqui vai rasgar aqui'. É onde a gente teria relações no futuro. 'Então, é melhor eu dar um pique aqui é melhor eu dar uma cortadinha aqui'. Ele fica falando isso para o Mateus como se eu não tivesse ali, e como se a decisão não fosse minha", destacou.
No entanto, Shantal diz que o obstetra executou a manobra com as mãos.
"Minha barriga foi pressionada desde quando ele chegou. Ele pede para uma médica da equipe dele fazer, depois pede para o anestesista fazer, porque ele era mais forte.
Eu reclamei que estava doendo. Ele coloca o corpo inteiro em cima da minha barriga e ainda faz força", acrescentou.
Shantal Verdelho ainda destaca que ao assistir o vídeo do parto e identificar a violência, procurou o profissional para conversar sobre o episódio, mas não obteve sucesso.
"Quando a gente viu o vídeo foi que caiu a ficha mesmo. A primeira atitude que a gente tomou foi de mandar ele para o Kalil e mostrar em todas as partes onde a gente se sentiu agredido. Ele me deu uma resposta debochada e me bloqueou no WhatsApp. Ou seja, ele me calou, inclusive. Só que vendo todos os relatos que foram aparecendo depois de histórias iguais e muitas histórias muito piores, eu vi que realmente o buraco era mais embaixo", desabafou.
Apesar do trauma, ela alega que quer ressignificar o nascimento da filha caçula. "Fiquei muito abalada emocionalmente quando aconteceu. Eu fui lá para o fundo do poço e agora estou ficando forte. Estou ressignificando a história e, talvez, eu consiga salvar várias mulheres", finalizou.
No dia 14 de dezembro, ela pediu a instauração de um inquérito e já prestou depoimento à Polícia Civil para investigar as condutas do médico Renato Kalil. O Ministério Público irá avaliar as provas para eventual oferecimento de denúncia contra Kalil após a conclusão das investigações policiais
Shantal pediu a instauração de um inquérito policial para investigar as condutas do médico Renato Kalil, no dia 14 de dezembro, e já prestou depoimento na polícia.
O Ministério Público aguarda a conclusão das investigações policiais e vai avaliar as provas para eventual oferecimento de denúncia contra o obstetra.
MÉDICO OBSTETRA NEGA ACUSAÇÕES
Em nota ao Fantástico, escrita pelo advogado, o médico aponta que a discussão da violência obstétrica não deve ser feita através da mídia e das redes sociais. Além disso, acusa o vídeo de ter sido editado para construir uma cena de violência, o que de fato não aconteceu, a edição dos vídeos e das falas induzem ao erro de interpretação.
O profissional afirmar que neste momento, não pode se manifestar publicamente, mas que isso será feito em "foro adequado". Entretanto, ele diz que se coloca à disposição do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo para comprovar sua ética e retidão profissional, e está à disposição das autoridades para colaborar com todas as investigações para demonstrar sua inocência.