Nesta quinta-feira (12/08), o Brasil perde um dos maiores ícones da teledramaturgia brasileira. Tarcísio Meira não resistiu às complicações da Covid-19 e veio a falecer, após 5 dias internado no hospital Israelita Albert Einstein.

O ator fez sua estreia na televisão em 1961, somando-se mais de 60 trabalhos na televisão, entre seriados, minisséries, teleteatros, telefilmes e as novelas, onde Tarcísio se consagrou por sua atuação. Mas sua história começou antes, no teatro, em 1957, nas peças "Chá e Simpatia", de Robert Anderson, e "Quando as Paredes Falam", de Ferencz Molnar.

O teleteatro entrou na vida do jovem ator ainda na época da extinta TV Tupi, no programa "Grande Teatro Tupi", onde contracenou pela primeira vez com Glória Menezes em "Uma Pires Camargo", em 1961, de Geraldo Vietri. No ano seguinte eles se casaram, fazendo com que a união durasse 59 anos. Logo após, o casal estreou a primeira novela diária da teledramaturgia brasileira, chamada "25499 Ocupado", da TV Excelsior e com autoria de Dulce Santucci.

Pensando na visibilidade, a TV Globo, que queria tornar-se conhecida em todo território brasileiro, em 1967, convidou os famosos artistas a ingressar na emissora, entusiasmando e iniciando uma nova era na televisão. O lançamento ficou por conta de "Sangue e Areia", uma adaptação feita do romance de Blasco Ibañez, escrita pela consagrada Janete Clair.  

A partir deste momento, o artista tornou-se uma figura constante nos projetos da emissora, eternizando sua carreira através das novelas. Contudo, apenas em 1970, através do personagem João Coragem, de Irmãos Coragem, o ator tornou-se o símbolo do galã nacionalmente. Nos anos 80, ele atreveu inovar na escolha de seus papéis, deixando seu lado galã e investindo em personagens destemidos, que poderiam ir do macho alfa até homossexuais, não deixando escapar a comédia. 

Um dos maiores sucessos de sua carreira foi o filme "O Beijo no Asfalto" (1981), de Bruno Barreto, baseado na peça de Nelson Rodrigues, onde contracenou um beijo com Ney Latorraca; Além de "Guerra dos Sexos" (1983), de Silvio de Abreu e "Tempo e o Vento" (1985); Vale lembrar do vilão Renato, em "Roda de Fogo" (1986). 

Os anos 90's ficaram responsáveis por "Araponga" (1990), "Fera Ferida" (1993), "O Rei do Gado" (1996) e "Hilda Furacão" (1998), marcando a década em trabalhos de grande sucesso nacionalmente. Na virada do século para o ano 2000, Tarcísio continuou sua carreira na atuação, revezando entre teatro, novelas e até mesmo filmes. Neste novo ciclo da televisão, podemos ver o ator em "O Beijo do Vampiro" (2002), "A Favorita" (2008) e "Velho Chico" (2016). Seu último trabalho na TV foi a novela global "Orgulho e Paixão" (2018).