Cecília (Elisa Carricajo) considera-se uma pessoa progressista de classe média. Professora de sociologia, divide-se entre o trabalho e sua casa, onde cria o filho pequeno sozinha. É querida entre os amigos e alunos, e conta com a ajuda da diarista Nebe (Mecha Martínez) para dar conta de seu cotidiano. Até que o inesperado acontece.
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Cecília não demora a descobrir sua desconexão com o mundo real. E a culpa vai corroê-la – o que (não) teria ocorrido se ela tivesse aberto a porta? Também autor do roteiro, Márquez comenta que o mote da narrativa nasceu de uma “observação da realidade”.
“O que aconteceu com Kevin é uma situação comum em toda a América Latina. A Argentina tem casos emblemáticos, de corpos jogados em rios contaminados, de um jovem preso acusado de roubar uma bicicleta.”
ACADEMIA
A protagonista representa a distância entre teoria e prática. “Eu compartilho muitas inquietações com Cecília. O processo (de fazer o filme) foi bastante doloroso para mim, pois as perguntas dela são também algumas que me faço. Na Argentina, e acredito que no Brasil seja parecido, a ditadura produziu uma distância entre os intelectuais e os setores populares. Nos anos 1970, eles eram mais unidos pela militância. Hoje, a intelectualidade está muito circunscrita à academia. E é muito difícil pensar a realidade a partir da academia”, diz o diretor.Leia Mais
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UM CRIME EM COMUM
• O longa argentino dirigido por Francisco Márquez está disponível a partir desta quinta (28/1) na Netflix.