Não faz muito tempo, eram livros e filmes que norteavam conversas de amigos. O “você tem que ler/assistir” acabou substituído pelo “maratonar”. O substantivo tornado verbo é mais um sinalizador das transformações recentes que a produção televisiva vem passando neste século. Na primeira década dos anos 2000, a novidade foi a produção de séries desafiadoras, com personagens tridimensionais e liberdade criativa, fazendo com que grandes profissionais, à frente e atrás das câmeras, deixassem o cinema de lado para investir na TV. Sitcoms e narrativas procedurais (com uma história por semana) fazem pouco sentido neste novo mundo. A explosão do streaming, com a chegada da Netflix e de outras plataformas, foi a marca da segunda década.
Com a série inteira entregue de uma só vez, houve nova transformação. O “gancho” ao final de cada episódio, que deixava o fã teorizando até a semana seguinte, tampouco deixou de ser tão relevante – ainda que parte da produção persista no antigo formato, vide a HBO. Com ofertas dos canais abertos, pagos e plataformas de streaming, a produção é enorme e diversa.
Mais importante: o consumidor, hoje, tem fácil acesso a séries que vão além do mercado norte-americano. Listar as melhores diante de um universo sempre novidadeiro não é fácil, mas na seleção feita por especialistas a convite do Estado de Minas, há algumas escolhas recorrentes. Breaking bad não começou nesta década, mas se tornou a série referência do período por todas as razões citadas acima. Game of thrones foi o arrasa-quarteirão global que fez a fantasia ser levada a sério. Comédias ácidas com pitadas de drama, Atlanta e Fleabag refletem o mundo de hoje com inteligência e ironia. The leftovers e The handmaid’s tale anunciaram um período sombrio, infelizmente em consonância com os dias atuais.
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Mais importante: o consumidor, hoje, tem fácil acesso a séries que vão além do mercado norte-americano. Listar as melhores diante de um universo sempre novidadeiro não é fácil, mas na seleção feita por especialistas a convite do Estado de Minas, há algumas escolhas recorrentes. Breaking bad não começou nesta década, mas se tornou a série referência do período por todas as razões citadas acima. Game of thrones foi o arrasa-quarteirão global que fez a fantasia ser levada a sério. Comédias ácidas com pitadas de drama, Atlanta e Fleabag refletem o mundo de hoje com inteligência e ironia. The leftovers e The handmaid’s tale anunciaram um período sombrio, infelizmente em consonância com os dias atuais.
» ANDERSON NARCISO
Editor do site Mix de Séries
. Breaking bad (2008-2013)
“Breaking bad pode ter começado em 2008, mas terminou em 2013 e, certamente, ditou as regras de como se fazer um bom drama na última década. Às vezes ágil, às vezes mais devagar, mas sem perder o equilíbrio entre uma trama envolvente e personagens cativantes. Walter White é um professor de química que entra no mundo da produção de metanfetamina para conseguir dinheiro para seu tratamento de câncer. Só que o que ele não imaginava é que ficaria viciado não na droga, mas no poder.”
. The handmaid's tale
(2017-presente)
. Big little lies (2017-2019)
. Stranger things
(2016-presente)
. Atlanta (2016-presente)
. American crime story
(2016-presente)
. The crown (2016-presente)
. Veep (2012-2019)
. Game of thrones (2011-2019)
. Fleabag (2016-2019)
» BEATRIZ AMENDOLA
Repórter do Splash/Uol
. The americans (2013-2018)
“Subestimada enquanto estava no ar, esta série criou uma história poderosa ao mostrar os dramas familiares e profissionais de um casal de espiões russos vivendo em solo americano em plena Guerra Fria. A produção foi engrandecida pelas ótimas atuações de Keri Russell e Matthew Rhys como o casal protagonista.”
. Mad Men (2007-2015)
. Breaking bad (2008-2013)
. Game of thrones (2011-2019)
. Fleabag (2016-2019)
. Better call Saul
(2015-presente)
. Jane the virgin (2014-2019)
. The people vs OJ:
American crime story (2016)
. BoJack Horseman
(2014-2020)
. The marvelous Mrs.
Maisel (2017-presente)
» BRUNO CARVALHO
» BRUNO CARVALHO
Editor do site Ligado em Série
. The leftovers (2014-2017)
“A melhor série da década é adaptação do livro homônimo que mostra o que acontece com o mundo quando 2% da população desaparece sem explicação. Esse drama foi melhorando a cada temporada até chegar à fabulosa terceira e última, estabelecendo Damon Lindelof (Lost, Watchmen) como um dos melhores showrunners de sua geração.”
. The americans (2013-2018)
. Veep (2012-2019)
. Better call Saul
(2015-presente)
. Atlanta (2016-presente)
. The Knick (2014-2015)
. BoJack Horseman
(2014-2020)
. Hannibal (2013-2015)
. The good fight
(2017-presente)
. Black mirror (2011-presente)
» CÁSSIO STARLING CARLOS
Crítico e pesquisador, autor do livro Em tempo real: Lost, 24 horas, Sex and the city e o impacto das novas séries de TV
. The handmaid’s tale (2017-presente)
“Até os anos 2000, as séries eram, predominantemente, espelhos do presente. A degradação da vida e a brutalidade de todos contra todos retratadas na série, inspirada no romance de Margaret Atwood, nos avisou, em 2017, que o futuro já havia chegado. Mas descobrimos isso tarde demais.”
. The leftovers (2014-2017)
. The americans (2013-2018)
. Girls (2012-2017)
. Twin Peaks (2017)
. Atlanta (2016-presente)
. Sob pressão (2017-presente)
. Pose (2018-presente)
. Fleabag (2016-2019)
. The Deuce (2017-2019)
» CLAUDINO MAYER
» CLAUDINO MAYER
Professor e pesquisador, autor
do livro Quem matou... o romance
policial na telenovela
. Sob pressão (2017-presente)
“A série apresentou aspectos da personalidade dos personagens a partir dos dilemas de dois médicos que tinham como função mostrar a falta de materiais básicos para salvar pacientes. A narrativa utilizou do discurso científico e dos conflitos sociais para representar o dia a dia de um ambiente hospitalar.”
. Tapas e beijos (2011-2015)
. Segunda chamada (2019-presente)
. Doce de mãe (2014)
. The good doctor (2017-presente)
. The big bang theory (2007-2019)
. Supernatural (2005-2020)
. Orange is the new black
(2013-2019)
. A maldição da residência Hill (2018)
. Game of thrones (2011-2019)
» JOANA OLIVEIRA
Roteirista, diretora e professora do Centro Universitário Una e da
PUC Minas
. I may destroy you (2020)
“É instigante sentir a autoria em uma série que geralmente é tão controlada por processos televisivos. Michaela Coel criou, escreveu, atuou, produziu e codirigiu I may destroy you. A série aborda de forma dura, autobiográfica e surpreendente um abuso sexual.”
. Fleabag (2016-2019)
. Atlanta (2016-presente)
. Olive Kitteridge (2014)
. Fargo (2014-presente)
. Black mirror (2011-presente)
. The marvelous Mrs. Maisel
(2017-presente)
. Girls (2012-2017)
. Agnès de ci de là Varda (2011)
. Babylon Berlin (2017-presente)
» LUCIANO GUARALDO
Editor-adjunto do site Notícias da TV
. Game of thrones (2011-2019)
“Sim, a última temporada foi uma bagunça, com direito a copo de café – e é por isso que ela será lembrada pelos críticos. Mas os seis últimos episódios não chegam a manchar os seus 59 Emmys nem o fato de esse épico ter levado o gênero fantasia para um espaço nunca antes ocupado na TV.”
. Mr. Robot (2015-2019)
. Fleabag (2016-2019)
. Schitt's Creek (2015-2020)
. House of cards (2013-2018)
. Almost royal (2014-2016)
. Veep (2012-2019)
. Barely famous (2015-2016)
. This is us (2016-presente)
. Zach Stone is gonna
be famous (2013)
» RENATO HERMSDORFF
Jornalista e crítico
. Atlanta (2016-presente)
“Quer entender como funciona o racismo estrutural? Donald Glover desenha. Carregando a tinta de humor ácido, Atlanta é forma e conteúdo. O suprassumo da sutileza. Para rir chorando. Difícil dar conta da complexidade que é Teddy Perkins (joga no Google!) Mas assim é a vida.”
. Fleabag (2016-2019)
. Watchmen (2019)
. Breaking bad (2008-2013)
. Master of none (2015-2017)
. Euphoria (2019-presente)
. The Crown (2016-presente)
. Game of thrones
(2011-2019)
. Justiça (2016)
. Undone (2019)
» RODRIGO JAMES
» RODRIGO JAMES
Apresentador e diretor do programa Esquema novo
. Breaking bad (2008-2013)
“Uma das séries mais surpreendentes de que se tem história, Breaking bad trouxe, a cada episódio, um dilema de vida envolto em cliffhangers espetaculares, que faziam com que passássemos uma semana tensos com seus desfechos. E olha que a trama era focada em dois temas bem difíceis: tráfico de drogas e câncer.”
. The handmaid’s tale
(2017-presente)
. Mad men (2007-2015)
. The americans (2013-2018)
. Black mirror
(2011-presente)
. Homeland (2011-2020)
. Fleabag (2016-2019)
. This is us (2016-presente)
. Mr. Robot (2015-2019)
. Fargo (2014-presente)
» RODRIGO SEABRA
» RODRIGO SEABRA
Autor do livro Renascença: a série de TV no século XXI
. The leftovers (2014-2017)
“Não é para todo mundo, por causa de sua visão pessimista e apocalíptica. É uma série sobre solidão, como deve ser uma família, a qualidade das interações, sobre fé (e perda de fé) e reerguimento, sobre tocar adiante apesar do maior dos obstáculos e sobre a condição humana limitada e mortal, subjugada por uma presença divina que, de certa maneira, se mostra hostil.”
. Homeland (2011-2020)
. Fargo (2014-presente)
. Game of thrones
(2011-2019)
. Mr. Robot (2015-2019)
. Halt and catch fire
(2014-2017)
. The good place
(2016-2020)
. Orange is the new black
(2013-2019)
. Unbreakable Kimmy Schmidt
(2015-2019)
. Review (2014-2017)