Ministro britânico pedirá a Netflix aviso de ficção antes dos episódios de 'The Crown'

Oliver Dowden, ministro da Cultura britânico, elogiou produção, mas pediu advertência para que o público não 'confunda' obra de ficção com a realidade

AFP 29/11/2020 14:32
Divulgação/Netflix
Ex-secretário de imprensa da Rainha Elizabeth II fez críticas a um possível romance da monarca (foto: Divulgação/Netflix)
O ministro da Cultura britânico, Oliver Dowden, pediu a Netflix que deixe claro que sua aclamada série "The Crown", sobre a família real, é uma obra de ficção para que o público não confunda com a realidade.

Segundo o jornal Mail on Sunday, que faz a mesma solicitação, o ministro pedirá formalmente à plataforma que introduza uma advertência no início de cada episódio para explicar que a trama é ficção.

"É uma maravilhosa obra de ficção, mas como outras produções televisivas a Netflix deveria ser muito clara desde o início que é somente isso e nada mais", disse Dowden ao jornal.

"Sem isso, temo que uma geração de espectadores que não viveu estes eventos podem confundir a ficção com a realidade", afirmou.

A quarta temporada da série, disponível há duas semanas, inclui a história do conturbado casamento do Príncipe Charles com Lady Di.

O herdeiro da coroa aparece como um marido frio e infiel, um retrato que não é exato, segundo a especialista em realeza Penny Junor, que escreveu uma biografia sobre o príncipe.

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Autor de biografia do príncipe Charles disse que o monarca não é como retratado na série (foto: Divulgação/Netflix)
Provavelmente "foi um pouco insensível às vezes, mas não acredito que era arrogante ou indiferente, acredito que realmente tentou fazer o casamento funcionar", disse à AFP.

As declarações do ministro da Cultura reforçam as recentes afirmações do irmão de Lady Di, Charles Spencer, que pediu uma mensagem de aviso no início de cada episódio.

A série "The Crown", um sucesso de crítica e público, já ganhou três Globos de Ouro e oito prêmios Emmy e foi assistida por mais de 70 milhões de assinantes, segundo a Netflix.

Não é a primeira vez que as liberdades tomadas pela série são criticadas.

No ano passado, quando estreou a terceira temporada, o ex-secretário de imprensa da Rainha Elizabeth II, Dickie Arbiter, criticou a insinuação de que a soberana teria tido um romance com o treinador de seus cavalos de corrida, Lord Porchester.

"É de mau gosto e totalmente infundado", disse ao jornal Sunday Times. "A rainha é a última pessoa no mundo que consideraria olhar para outro homem que não seja seu marido", completou.

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