Fernanda Gomes*
O longa-metragem Power, de Henry Joost, Ariel Schulman, lançado pela Netflix no último dia 14, é um filme de super-heróis. Mas se diferencia do gênero por apresentar uma perspectiva sombria, com pequenas e espaçadas doses de humor ácido.
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EFEITOS
Entre os poderes que a Power ativa estão indestrutibilidade, elasticidade, superforça, habilidades térmicas e de camuflagem. Aqueles que já tenham um “power dom” inativo o verão despertar pelo efeito da pílula. Mas os mortais que não tenham um dom especial dormindo dentro de si verão seu organismo reagir muito negativamente ao efeito da Power.
O aumento do consumo da droga eleva também as taxas de criminalidade na cidade. No combate a essa “epidemia”, o policial Frank (Joseph Gordon-Levitt) encontra em Robin uma improvável parceira.
Mas o verdadeiro protagonista de Power é a terceira ponta do triângulo que colocará em prática um plano para erradicar o problema. Ex-militar Art (Jamie Foxx) é apresentado como um homem misterioso, agressivo, perturbado e, vez por outra, sensível.
Como sua filha foi sequestrada pelos produtores da pílula, Art não tem limites na ambição de destruí-los. E como as motivações de Frank e Robin para ajudar Art não são as mais altruístas, o longa coloca do lado “correto” do conflito três personagens cheios de falhas, em mais uma inversão dos padrões das narrativas do gênero .
O brasileiro Rodrigo Santoro desempenha no longa o papel de Biggie, representante dos produtores da Power e encarregado de convencer traficantes a venderem a pílula.
O final da trama é inconclusivo, sugerindo que os produtores de Power acreditam que o filme tem fôlego para mais uma dose.
*Estagiária sob a orientação da editora Silvana Arantes