A superprodução Mulan, depois de sucessivos adiamentos, será lançada em setembro na plataforma de streaming Disney+. Com as salas de cinema fechadas nos Estados Unidos e em boa parte do mundo, a Disney desistiu da estreia na telona.
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Remake live-action da animação de 1998 sobre uma lendária guerreira chinesa, o filme ficará disponível a partir de 4 de setembro para os assinantes do Disney dispostos a pagar US$ 29,99 extras.
“Vemos isso como oportunidade de levar esse filme incrível a um público amplo, atualmente impossibilitado de ir ao cinema, além de valorizar e aumentar ainda mais a atratividade da assinatura do Disney ”, afirmou Chapek.
A Disney só chegará ao Brasil em novembro. O preço da assinatura deve variar de R$ 29 (plano mensal) a R$ 290 (plano anual), mas há controvérsias sobre a operação da plataforma, pois a Claro denunciou à Anatel a falta de produções brasileiras no catálogo, infringindo a Lei da TV Paga.
Nos países que não contam com o serviço de streaming, há a possibilidade de Mulan estrear nos cinemas. Antes da pandemia, estúdios esperavam 90 dias a partir do lançamento nas salas comerciais para só então liberar blockbusters para plataformas digitais.
Durante a crise causada pela COVID-19, longas importantes, como Trolls 2, arrecadaram milhões de dólares ao estrear diretamente no streaming.
Exceção
De acordo com Bob Chapek, a Disney vê Mulan como exceção, garantindo que não pretende fazer desse filme um teste para novo modelo de negócios. Porém, afirmou que a experiência vai trazer “informações muito interessantes” sobre a disposição do consumidor de pagar cerca de US$ 30 para assistir a um novo título no streaming.
Se a ação for bem-sucedida, o preço vai ajudar a “recuperar parte do investimento” em uma produção “bastante cara”, afirmou o CEO. Estima-se que Mulan custou US$ 200 milhões. Fãs têm pressionado a Disney para que Viúva Negra também estreie via streaming, mas Bob Chapek afirmou, na semana passada, que isso está nos planos da empresa.
Inicialmente, Mulan estrearia em março nas salas de cinema. A Disney chegou a promover a premiere mundial no tapete vermelho, em Hollywood. O filme era uma das apostas dos grandes estúdios americanos para atrair espectadores cautelosos de voltar às salas de cinema. Porém, o avanço do coronavírus mudou os planos.
Assinado pela neozelandesa Niki Caro – diretora do elogiado Encantadora de baleias (2002), que custou modestos US$ 3,5 milhões –, Mulan tem a chinesa Liu Yifei no papel principal. A atriz dispensou dublês em várias cenas, exibiu seus dotes em artes marciais e andou a cavalo. A trama não traz um “superherói de saias”, mas a história de uma jovem mulher que descobre seu próprio poder, explicou a diretora.
Primogênita de um respeitado guerreiro, Mulan se disfarça de homem para substituir o pai no exército imperial, que luta contra invasores da China.
O filme faz parte da estratégia da Disney para conquistar espaço no mercado da China, calculado em 1,4 bilhão de espectadores. Além de Liu, o elenco conta com vários atores chineses – entre eles, Donnie Yen, Gong Li e Jet Li.