Lançada em 2017, inicialmente na TV espanhola e depois na Netflix, que comprou seus direitos de produção para temporadas seguintes, La casa de papel se tornou sucesso mundial. Além de uma das séries mais vistas no planeta, a envolvente história do grupo que planeja e executa o mirabolante assalto à Casa da Moeda de Madri atingiu patamares de audiência até então inéditos para uma produção televisiva de língua espanhola.
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Com atuações carismáticas e histórias interessantes, abordando grande variedade de temas, mesmo que com um exagero dramático peculiar, as séries em espanhol vêm conquistando em especial o público brasileiro, que tem a oportunidade de se familiarizar um pouco mais com a língua dos países vizinhos.
Desde que estreou, no último dia 15, a primeira temporada da mexicana Desejo sombrio não saiu do ranking das Top 10 atrações mais vistas na Netflix. Se a referência a novelas do México remete imediatamente à imagem de dramalhões caricatos, Desejo sombrio, protagonizada pela superestrela Maite Perroni, faz sucesso por outras razões.
Na trama, a atriz, cantora e compositora, ex-integrante do grupo adolescente RBD e, consequentemente, parte do elenco da novela Rebelde vive uma advogada e professora universitária chamada Alma Solares.
Casada com um poderoso juiz, ela desconfia de uma infidelidade do marido e vai passar um fim de semana na casa da melhor amiga. No passeio, acaba conhecendo Darío (Alejandro Speitzer) e se envolvendo com ele.
O caso extraconjugal ganha um novo contorno quando um crime ocorre e estremece ainda mais as relações familiares da protagonista. A fórmula do romance policial, com doses moderadas (classificação 16 anos), mas picantes de erotismo nas cenas vem garantindo a liderança na audiência nessas primeiras semanas na plataforma.
DESAPARECIMENTO
Com um contexto parecido, mas um pouco mais densa, White lines, original do serviço de streaming e lançada em maio deste ano, é outra opção para quem quer conciliar mistério e língua espanhola. Desenvolvida por Álex Pina, a história gira em torno de uma inglesa que vai a Ibiza investigar o que realmente ocorreu com seu irmão mais velho, dado como desaparecido há 20 anos no local.
Ao chegar lá, ela procura se conectar aos amigos de juventude dele, mas acaba envolvida com a disputa de poder entre famílias donas das grandes boates locais. Indicada para maiores de 18 anos, a trama faz ponte entre passado e presente ao abordar a trajetória do jovem, que havia se tornado o maior DJ do balneário nos anos 1990.
Pina também é responsável por Vis a vis, lançada em 2015, anterior, portanto, a La casa de papel, e muito querida pelos fãs. Trata-se de um Orange is the new black em espanhol, ou seja, uma história que se passa dentro de um presídio feminino, onde a rotina é marcada por violência, traições e disputas de poder, que envolvem até quem está fora da prisão.
A protagonista é a ingênua Macarena (Maggie Civantos), presa ao ser vítima de um golpe. Na cadeia, ela precisa transformar sua personalidade para encarar a dura realidade na qual quem manda são as malvadas Zulema (Najwa Nimri) e Saray, interpretada por Alba Flores - a popular Nairóbi em La casa de papel.
A trajetória cheia de pirotecnias, entre tentativas de fuga e outras aventuras, foi concluída na quarta temporada, exibida em 2019. Porém, uma última sequência de episódios, chamada Vis a vis: El Oasis, cujos acontecimentos se passam 12 anos depois, foi lançada neste ano na TV da Espanha e estreia nesta sexta-feira (31), na Netflix, onde a série está disponível na íntegra.
Elementos como suspense e intrigas ainda aparecem em outros fenômenos de audiência falados em espanhol. Levando essas características para uma trama adolescente, mas destinada ao público adulto, Elite, desenvolvida pelos espanhóis Carlos Montero e Darío Madrona, está entre as séries mais vistas na Netflix, somando-se suas três temporadas, lançadas entre 2018 e este ano.
O enredo envolve estudantes de uma escola de classe média alta na Espanha, que tem sua rotina alterada quando alguns estudantes de outra realidade social são admitidos.
Para quem prefere produções de época, As telefonistas é outra opção elogiada pela crítica. Porém, embora se passe na década de 1920, trabalha questões bem atuais, ao contar sobre quatro jovens mulheres que começam a trabalhar na companhia de telecomunicações de Madri, como telefonistas.
A temática envolve diversidade sexual, violência doméstica, aborto, transexualidade e desigualdade de gênero e raça. Estrelada por Ana Fernández, Nadia de Santiago, Blanca Suárez e Maggie Civantos, tem cinco temporadas. A final foi lançada no começo deste mês.
FUTEBOL
A diversidade de séries disponíveis em espanhol inclui também opções mais leves, como a mexicana Club de cuervos, sucesso especialmente entre amantes de futebol. Com quatro temporadas lançadas na Netflix, a série mostra a história de um irmão e uma irmã em conflito pela presidência de um clube de futebol fictício, Los Cuervos de Nuevo Toledo, após a morte do pai.
Fora da Netflix também é possível assistir a histórias interessantes na língua de Cervantes. A premiada Isabel, Rainha de Castela foi lançada há alguns anos no Brasil pela + Globosat e segue disponível nos serviços sob demanda das operadoras e no streaming Globo Play.
A trama de época conta sobre a monarca de fundamental importância na história espanhola e mundial. No mês passado, a HBO lançou O dia de amanhã, ambientada na Espanha dos anos 1960 e 70, sob a ditadura de Francisco Franco.
A produção estrelado por Oriol Pla e Aura Garrido é baseada no livro de mesmo nome de Ignacio Martínez de Pisón. Ela está disponível para assinantes HBO GO. O catálogo da plataforma em breve irá expandir suas opções no idioma.
A original 30 monedas teve suas primeiras imagens e teaser divulgados recentemente pela emissora. A produção espanhola estreará no 77° Festival Internacional de Cinema de Veneza, entre 2 a 12 de setembro. Dirigido por Álex de la Iglesia, o futuro lançamento aborda uma temática sombria e sobrenatural em torno do protagonista Padre Vergara (Eduard Fernández), um exorcista, lutador de boxe e ex-presidiário que, em uma espécie de exílio da igreja, é enviado como sacerdote para uma cidade no interior do país.