Por causa da correria da vida cotidiana, duas amigas acabaram perdendo contato. Devido ao isolamento social, elas puderam se “reencontrar” virtualmente e colocar a conversa em dia. A história real das atrizes Fafá Rennó e Ana Dias inspirou a websérie Na e Na em: Tá com temp
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Apesar de tentar manter o cronograma de postagens, a dupla avisa que a programação pode mudar. “Já cancelamos um episódio duas vezes. E podemos jogar outro para a frente, dependendo do que acontece na semana. Como é a gente quem manda em tudo, temos essa liberdade. Sempre buscamos trabalhar um contraponto: se uma tá muito para baixo, a outra tenta jogar para cima”, explica Fafá.
O processo de Na e Na... se dá paralelamente à retomada da amizade das duas. “Tem dia em que demoramos a gravar porque estamos colocando o assunto em dia. É muito legal”, comenta Fafá. Ana foi a primeira pessoa que ela conheceu quando chegou a São Paulo, em 2012. As duas trabalharam juntas em um projeto, mas se distanciaram quando ele terminou.
Certo dia, Ana ligou para Fafá perguntando se as duas poderiam inventar algo durante a quarentena. Foi assim que Na e Na... surgiu.
Certo dia, Ana ligou para Fafá perguntando se as duas poderiam inventar algo durante a quarentena. Foi assim que Na e Na... surgiu.
A atriz mineira passa a quarentena sozinha no apartamento onde mora, na capital paulista. “Tá sendo uma montanha-russa! Acho que é igual à maior parte das pessoas: tem dias em que acordamos e temos energia, em outros que não temos energia nenhuma.”
Fafá procura pôr séries e livros em dia e fazer cursos on-line. “Mas há dias em que não dou conta de fazer nada. E eu respeito isso. Estou tentando cuidar de mim para poder cuidar de outras pessoas”, observa.
Apesar de se manter informada, ela tem se esforçado para consumir menos notícias ruins. “Estava ficando muito deprimida, até porque estamos em uma situação de impotência. Para a gente que trabalha com cultura, ficou muito incerto. O que está me mantendo é uma poupança que fiz”, conta.
Para ela, a quarentena é o momento de as pessoas pensarem umas nas outras. “Você tem de se manter respirando, ter calma e, mais do que nunca, exercer a empatia. Não sou só eu, tem várias pessoas em casa sozinhas, milhares de artistas não estão podendo exercer a profissão, há pessoas que estão na rua. Isso tudo me vem à cabeça o tempo inteiro. Temos de valorizar a nossa humanidade”, aconselha.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria