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Penúria dos artistas é tema da série 'A tirania da pequena coroa'

“Quando se fala em artistas, só se pensa na Juliana Paes. Mas e os outros 300 mil? Eles vivem uma carência absoluta. Nosso setor tem um retrato muito parecido com o da sociedade brasileira: 10% tiveram oportunidades e 90% trabalham para pagar a comida”, afirma o ator e diretor Odilon Wagner.




Um dos gestores do Fundo Marlene Colé, que se dedica a ajudar profissionais da cultura de São Paulo que enfrentam dificuldades financeiras, Odilon conta que esse projeto surgiu há quatro anos. “Foi uma iniciativa minha. A Marlene era uma camareira muito querida. Quando morreu, deixou suas economias. Como não tinha parentes, não sabíamos para quem entregá-las. Então, decidimos fazer um fundo para apoiar pessoas como ela.”


O fundo recebe contribuições de artistas, empresas e do público. “Quando chegou a pandemia, percebemos que tínhamos de ajudar muito mais gente. Então, começamos a fazer campanhas e conseguimos apoiar mais de 1,2 mil famílias”, informa o ator.
Uma das formas de arrecadação são as rifas de encontros virtuais. O próximo será com Juliana Paes. O vencedor, que receberá uma cesta de produtos escolhidos pela atriz, terá direito a uma videochamada de 30 minutos com ela. Tony Ramos, Cauã Reymond e Larissa Manoela já participaram do projeto.




“O prêmio é uma experiência que não se encontra em lugar nenhum, um encontro exclusivo. Talvez a pessoa nem se interesse muito em ajudar o fundo, mas quer ter o prazer de conhecer o artista”, diz Odilon. O link pode ser acessado em fundomarlenecole.com.br ou pelo Instagram (@fundomarlenecole). O resultado será divulgado na terça-feira (16) e o encontro com a  atriz Juliana Paes está marcado para na quinta-feira (18).

CESTAS

 

A rifa custa R$ 15. O dinheiro arrecadado será investido em cestas básicas e cartões-alimentação destinados a artistas e técnicos inscritos no fundo. “O setor cultural foi o primeiro a parar, seremos um dos últimos a retornar”, lembra Odilon Wagner. “Independentemente da liberação das autoridades, as pessoas não vão se sentir confortáveis em frequentar aglomerações, como é o caso dos teatros.”


Odilon Wagner é um dos entrevistados do quinto episódio da websérie A tirania da pequena coroa: COVID-19, que traz depoimentos do maestro João Carlos Martins, dos atores Genézio de Barros, Bárbara Bruno, Gabriel Miziara e Murilo Meola, e dos músicos Ana Salvagni, Fernando Negrão e Minoro Muriat.




Idealizada e dirigida pelo jornalista Gustavo Girotto, A tirania da pequena coroa está disponível no YouTube. A proposta é discutir o impacto da COVID-19 em diferentes setores da sociedade. O quinto capítulo foi dedicado aos trabalhadores da cultura. A classe artística é uma das mais afetadas pela pandemia. Além disso, os artistas são uma voz muito forte na defesa da democracia”, afirma Girotto.


A websérie abordou também o impacto da pandemia no esporte, o trabalho dos cientistas e a chegada do novo coronavírus às favelas.


Devido ao isolamento social, as gravações são feitas pelos próprios entrevistados e enviadas para a equipe de Girotto. O jornalista diz que seu propósito é aproveitar o período de confinamento para desenvolver um projeto voluntário que auxilie as pessoas. De acordo com ele, a websérie busca oferecer análises atemporais que possam ser usadas, futuramente, como material de pesquisa.

 

A TIRANIA DA PEQUENA COROA: COVID-19

Websérie de Gustavo Girotto, 
Ricardo Sartori e Juliano Sartori
5 episódios
Informações: https://youtu.be/wSXRDYpyXUM

 

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria