A HBO Max anunciou que vai retirar o filme E o vento levou do catálogo por tempo indeterminado. O longa de 1939 ganhou 10 prêmios do Oscar, incluindo Melhor Filme. Entretanto, conta com uma representação pouco sensível e irreal da época da escravidão. Baseado no romance de Margaret Mitchell, apresenta ex-escravizados aparentemente satisfeitos e leais após a abolição.
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A decisão foi motivada pela onda de protestos contra a violência policial e o racismo estrutural nos Estados Unidos e em outras partes do mundo. A partir das manifestações, os canais de televisão e streaming começaram a revisar os próprios conteúdos. Em comunicado à imprensa, a HBO disse que não concorda com os ideais mostrados na obra cinematográfica e que ela retornará à plataforma com uma discussão do contexto histórico, sem nenhuma parte cortada.
Confira a íntegra da nota
“Gone with the wind é um produto de seu tempo e descreve alguns dos preconceitos étnicos e raciais que, infelizmente, têm sido comuns na sociedade americana. Essas representações racistas estavam erradas na época e estão erradas hoje, e sentimos que manter esse título sem uma explicação e uma denúncia dessas representações seria irresponsável.
Essas representações certamente são contrárias aos valores da Warner Media; portanto, quando retornarmos o filme à HBO Max, ele retornará com uma discussão do contexto histórico e uma denúncia dessa mesmas representações, mas será apresentado como foi originalmente criado, porque caso contrário, seria o mesmo que alegar que esses preconceitos nunca existiram. Se queremos criar um futuro mais justo, equitativo e inclusivo, precisamos primeiro reconhecer e entender nossa história.”
O comunicado veio após o artigo de John Ridley, autor de Doze anos de escravidão, publicado nesta segunda-feira (8/6) no Los Angeles Times, que diz que E o vento levou romantiza e “ignora os horrores da escravidão e perpetua alguns dos estereótipos mais dolorosos das pessoas de cor”.
“O filme tinha os melhores talentos da época em Hollywood para sentimentalizar uma história que nunca existiu”, escreveu Ridley. Hattie McDaniel se tornou a primeira mulher negra a ser nomeada e receber um Oscar com o papel da empregada doméstica Mammy, que muitos analisam de forma crítica.