Westworld, da HBO, nunca foi uma série fácil. Pelo contrário, a trama sempre foi bastante complexa perpassando por várias linhas do tempo e entregando, aos poucos, o enredo do parque em que habitavam personagens como a protagonista Dolores (Evan Rachel Wood). Desde o fim da segunda temporada, ficou claro que a série passaria por mudanças, já que a personagem principal conseguiu sair do parque e estava prometendo uma revolução dos “robôs”.
Leia Mais
'Westworld' muda tudo em sua terceira temporada, que estreia domingoSegunda temporada de Westworld tem final promissor, apesar de trajetória confusaRobôs vão 'aprontar' na nova temporada de 'Westworld'Emmy decide que filmes indicados ao Oscar não serão elegíveisSérie Valéria, da Netflix, aposta no filão de Sex and the cityMas, talvez, os espectadores não imaginassem mudanças tão drásticas. Assistir à terceira temporada de Westworld é praticamente ver outro seriado. Os dois pontos de alteração foram a complexidade e o looping. A repetição da fórmula que ocorreu na segunda temporada não se repetiu. O roteiro ficou mais claro, direto e fácil para o telespectador, sem oportunidade para grandes teorias e filosofias, o que causou estranheza.
A principal mudança da terceira temporada é que Westworld não é mais sobre o parque e a tecnologia de lá. A trama se ampliou para o mundo dos humanos, que, agora, é descoberto pela audiência que também é controlado por uma inteligência artificial criada por Engerraund Serac (Vincent Cassel), um dos acionistas interessados na tecnologia da Delos. Essa história é contada, principalmente, por meio de Caleb (Aaron Paul), novo personagem que se torna no “peão” de Dolores no conflito com os humanos.
Caleb, inclusive, é um dos pontos altos da sequência. É por meio do enredo dele que se traz à tona que humanos e anfitriões são mais parecidos do que se imaginava, ambos não têm controle sobre a própria narrativa. Dolores segue parecida com o que foi mostrado na segunda temporada: implacável e sem uma grande motivação (revelada apenas nos minutos finais). Mas se mostra interessante, principalmente, quanto à escolha da série em mostrar o conflito das diferentes versões da anfitriã.
Se Caleb instiga curiosidade e Dolores consegue ter uma boa trama, o mesmo não pode ser dito sobre outros personagens. Bernard (Jeffrey Wright) e Maeve (Thandie Newton) estão cada vez “menores”, sendo reduzidos a conflitos rasos, que podem até melhorar na quarta temporada já confirmada pela HBO.
Não é que a terceira temporada de Westworld tenha sido ruim. Mas a série mudou. O que ainda não dá para dizer é se foi para melhor.