Em tempos modernos em que o que cai na rede é peixe, ou melhor, é viral, não é tão incomum que a gente possa falar com pessoas que antes não teríamos acesso. Uma celebridade, um jornalista, ou um desconhecido, todos estão sujeitos ao linchamento virtual.
Basta uma atitude que seja entendida como errada por uma parte dos internautas, que lá vem a multidão como “justiceiros” para mostrar que aquilo que não pode ser feito. Essas publicações muitas vezes são cheias de mensagens de ódio e até ameaças de morte.
Nesta quarta-feira (12), o apresentador do Big Brother Brasil 20, Tiago Leifert, fez um pronunciamento para lá de polêmico. Em uma publicação no Instagram, o apresentador disse ser contra linchamentos virtuais e achar que essa não é a solução. Rapidamente, o nome de Leifert foi para os Trends Topics do Twitter com a hashtag #foratiago.
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Isso porque, de acordo com os internautas, o apresentador está se esquivando de comentar as atitudes de alguns participante na casa, como Hadson e Petrix, ambos eliminados, e que receberam diversas críticas na internet por comentários homofóbicos e machistas.
De acordo com Leonardo Goldberg, doutor em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) , a prática é só uma atualização digital de algo que já acontece fora desse ambiente, em que há uma reação popular desproporcional. “Eu tenho a impressão que a pessoa não tem noção do poder da palavra. A pessoa pode ficar deprimida, os efeitos são os mesmos que se fosse fora da internet. Muitas vezes elas não têm noção de quanto é nocivo”, explica.
“A pessoa não é um discurso. A crítica deve ser sempre em relação a opiniões, mas é preciso despersonalizar. Todo ser humano é bom e mau. E principalmente em um reality show, que mostra a intimidade das pessoas, seria estranho se essas outras partes não aparecesse”, completa.
Segundo ele, o que motiva esse tipo de atitude é a personificação de algum problema social. “É marcado pelo princípio de que alguém pode ser o bode expiatório daquilo que a sociedade considera politicamente incorreto. Como se ele reencarnasse todo o mal e fosse uma briga entre os justiceiros e o mal”, diz.
A atitude pode ser crime, a depender das ofensas que forem publicadas. O que pode acarretar em processos tanto no campo cível, com dano moral, quanto na área criminal, como injúria, calúnia e difamação.