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Stephen King toca o terror na segunda temporada de 'Castle Rock'

No som do carro, Carly Simon, no volume máximo, canta Let the river run. Os versos iniciais – “Estamos chegando ao limite/ Correndo sobre a água/ Vindo através da névoa/ Seus filhos e filhas” – têm tudo a ver com o que se passa dentro do veículo. Uma mulher e sua filha interpretam a canção com fervor acima do normal, enquanto cortam os Estados Unidos. A mais velha não para de tomar antipsicóticos, até que um acidente acontece.



Essa é a sequência inicial da segunda temporada de Castle Rock. A série de horror produzida pelo Hulu chegou ao Brasil por meio da plataforma Starzplay – a primeira temporada está disponível; a segunda, com 10 episódios, estreia na quinta-feira (13).


É uma série de antologia, ou seja, cada nova leva de episódios tem uma narrativa diferente. O que os une é o universo de Stephen King, que divide a produção executiva com J. J. Abrams e Ben Stephenson, de Bad robot.

Castle Rock, para não iniciados no universo do mestre do horror, é uma cidade inventada do estado do Maine, que aparece nos livros Cujo, It, A metade sombria e Trocas macabras. A nova temporada traz uma das personagens mais icônicas do escritor: Annie Wilkes, a alucinada enfermeira que encarcera e tortura seu ídolo, o escritor Paul Sheldon, no romance Misery. A adaptação do livro para o cinema, Louca obsessão (1990), garantiu o Oscar de melhor atriz para Kathy Bates.



Pois a série ocorre bem antes da Annie do romance. Aqui ela é ainda jovem, a enfermeira interpretada por Lizzy Caplan que cuida de forma obsessiva da filha Joy (Elsie Fisher). As duas vivem sozinhas na estrada, e acabam em Castle Rock graças ao acidente. Vizinha dali está a cidade de Jerusalem's Lot, outro cenário fictício recorrente na obra de King – não por acaso, a música de Carly Simon também fala de uma “Nova Jerusalém”.

Lá se encontra a família Merrill (integrantes do clã já estiveram presentes em vários livros de King). O chefe é Pop Merrill (Tim Robbins, de Um sonho de liberdade, grande filme inspirado em outra história do escritor), que, morrendo de câncer, tem de lidar com Ace (Paul Sparks, no papel que já foi de Kiefer Sutherland, o chefe da gangue de Conta comigo, clássico do cinema juvenil dos anos 1980).

EMBATE 

Ace é um psicopata que vive às turras com os irmãos adotivos Abdi (Barkhad Abdi, revelado em Capitão Philipps, que lhe valeu uma indicação ao Oscar) e Nadia (Yusra Warsama), ambos vindos da Somália. Já no primeiro episódio há um embate entre os personagens.



Terror psicológico com nuances sobrenaturais, elenco de primeira e amarração ben-feita, Castle Rock supreende, mesmo que requente personagens e cenários.

Há três meses no Brasil, a Starzplay funciona de maneira parecida com a de seus concorrentes. Com assinatura mensal de R$ 14,90 (permite acesso simultâneo de até quatro usuários), o aplicativo está disponível nos sistemas iOS e Android. É possível fazer download do conteúdo para assistir off-line e também assinar, gratuitamente, nos sete primeiros dias.

Plataforma da Lionsgate, produtora de franquias como Jogos vorazes e Divergente, a Starzplay traz um bom número de sucessos do cinema. Na seara das séries há títulos de peso exclusivos da plataforma. Minissérie que deu a Patricia Arquette o Globo de Ouro de atriz coadjuvante, The act é inspirada numa história verdadeira (assustadora, por sinal) da relação tóxica de mãe e filha que termina de forma trágica.

A plataforma também disponibiliza todas as temporadas – inclusive a quinta, até então inédita no Brasil – de Luther, que acompanha o brilhante policial britânico interpretado por Idris Elba. Para os fãs de Stephen King há ainda as três temporadas de Mr. Mercedes, também inspirada nos livros do escritor.

CASTLE ROCK

Segunda temporada
10 episódios
Estreia quinta-feira (13/2)
Plataforma Starzplay