Gradativamente – e de modo irreversível, até prova em contrário –, o país das novelas vem se transformando em celeiro de séries. É verdade também que a produção de atrações do gênero no Brasil está longe de ser novidade. Só para refrescar a memória, ainda nos primórdios da TV o público acompanhou episódios de Alô, doçura (surgida em 1953) e Vigilante rodoviário (estreou em 1962). As novelas é que vieram depois.
Porém, nesta era do streaming e de conteúdos disponíveis em qualquer lugar do planeta via banda larga, cada exibidora quer garantir o seu quinhão de audiência. Produtoras, realizadores e atores já entenderam que o público caminha para longe da TV convencional. Bruno Gagliasso foi a celebridade mais recente que trocou a Globo (após 18 anos) pela Netflix. Seguiu o caminho de Larissa Manoela, Marco Pigossi e Bianca Comparato, entre outros.
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Com 2020 batendo à porta, as principais plataformas e emissoras já anunciaram seus planos. A Netflix, que lançou oito séries em 2019 (entre novidades e novas temporadas), confirma para o próximo ano seis produções em ficção, sem falar em filmes e realities. Cidade invisível vai marcar a estreia de Carlos Saldanha (A era do gelo) na seara do live action. O animador carioca radicado nos EUA vai dirigir a trama policial com Pigossi. Reality Z é a série de zumbis que tem Sabrina Sato como estrela. Já Boca a boca vai mostrar uma epidemia transmitida por meio do beijo.
O bom desempenho de duas séries – Irmandade atraiu mais visualizações em seu primeiro fim de semana do que as internacionais The Umbrella Academy e Elite, enquanto Sintonia teve a segunda melhor temporada de estreia no Brasil – deve garantir a continuidade de ambas.
Outra plataforma com grandes planos para 2020 é a Globoplay. Dezesseis produções originais serão lançadas. Entre as mais adiantadas estão o drama Onde está meu coração, com Letícia Colin, Mariana Lima e Fábio Assunção; As five, spin-off de Malhação criada por Cao Hamburger (Castelo Rá-Tim-Bum); e Desalma, trama voltada para o sobrenatural estrelada por Cássia Kis, Cláudia Abreu e Maria Ribeiro.
FANTASIA
A HBO, que produz no Brasil desde Mandrake (2005), confirma para 2020 Todxs nós, que vai tratar de questões relativas à diversidade por meio da trajetória de personagens LGBT. Outra aposta da emissora, que começa a ser rodada em fevereiro, é Os esquecidos, a primeira produção de fantasia da HBO no Brasil.
Na Amazon Prime Video, as seis primeiras produções brasileiras estão em andamento. Quatro são séries de ficção. Atualmente, Dom é rodada no Rio de Janeiro. Baseada em fatos reais, a trama vai acompanhar Pedro Dom (Gabriel Leone), viciado em drogas de classe média que chefiou uma quadrilha especializada em assaltar prédios de luxo. Seu pai é Luiz Victor Lomba (Fábio Tolezani), policial que atuou no combate às drogas. A assinatura é de Breno Silveira, diretor de 2 filhos de Francisco.
Outra série brasuca que chegará em 2020 é Hit parade, do Canal Brasil. Rodados em Belo Horizonte, os oito episódios acompanham a explosão da música pop nos anos 1970 e 1980. O “dramédia” vai mostrar o embate entre dois produtores, um idealista e talentoso, o outro antiético, que só pensa no sucesso.