Como Disney+, Apple TV e Amazon Prime Video tentam superar a Netflix

Com produções originais de destaque, empresas reconfiguram o mercado de streaming. Guerra envolve investimentos milionários, contratação de estrelas e novidades como 'Flebag', 'The morning show' e 'The mandalorian'

Pedro Galvão 25/11/2019 06:00
Disney  /divulgação
The mandalorian: aposta da Disney , que surpreendeu ao estrear com 10 milhões de clientes nos EUA (foto: Disney /divulgação)
 
Ter acesso a milhares de filmes e seriados para assistir quando quiser, necessitando apenas de boa conexão com a internet, além de um celular, tablet, computador ou smart tv. Até pouco tempo, esse sonho era distante. Porém, tudo mudou graças ao streaming, que se consolidou não só como plataforma, mas como protagonista da produção audiovisual, sobretudo devido à Netflix.

A revolução não para. E este 2019 ficará marcado como o ano em que o reinado hegemônico da gigante californiana passou a ser ameaçado por rivais de peso. Criadas por marcas poderosas, Amazon Prime Video, Apple TV+ e Disney chegam com força ao mercado globalizado.
 
A principal premiação da TV mundial, em setembro, evidenciou esse cenário. No Emmy, dominado pela inovadora Netflix e pela tradicional HBO, a Amazon conquistou credenciais importantes, a começar de Fleabag. Originalmente produzida pela BBC, a série protagonizada e criada por Phoebe Waller-Bridge levou seis troféus nas principais categorias. No Brasil, o streaming da gigante do comércio virtual exibe a atração com exclusividade, assim como The marvelous Mrs. Maisel, criada em seus próprios estúdios e premiada como melhor série de comédia no Emmy 2018.
 
Amazon Prime/divulgação
Fleabag, série estrelada e criada por Phoebe Waller-Bridge, é ponta de lança da Amazon Prime Video (foto: Amazon Prime/divulgação)
 
 
Embora já oferecesse assinaturas de outros serviços de vídeo e música anteriormente, a Amazon Prime Video entrou no mercado brasileiro em setembro, com assinatura mensal individual custando R$ 9,90.
O segundo semestre também registrou a chegada ao Brasil da Apple TV , que estreou em 1º de novembro. Marcando presença logo de início, a gigante da tecnologia apostou em rostos conhecidos. A série The morning show conta com Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell. O “aquaman” Jason Momoa é o astro da ficção apocalíptica See.
 
Com preço similar ao da Amazon, a Apple TV , por enquanto, oferece catálogo mais enxuto e focado em títulos originais. Porém, novidades potentes chegarão em breve, pois o grupo investiu cerca de US$ 1 bilhão em conteúdos próprios com a participação de gente como Oprah Winfrey e Steven Spielberg.
 
Apple TV  /divulgação
A estrela Jennifer Aniston em The morning show, atração da Apple TV (foto: Apple TV /divulgação)
 

SURPRESA Quem tem feito mais barulho entre as novatas só estará disponível no Brasil daqui a um ano. Mas chegou – com força – no mercado. Em 12 de novembro, dia de sua estreia nos EUA, a plataforma Disney superou as próprias expectativas. Conquistou 10 milhões de assinantes – a meta era 8 milhões até o fim do ano, de acordo com a revista americana Variety.
 
Inicialmente, a empresa planejava alcançar 60 milhões de clientes em todo o mundo até 2024. Essas previsões já mudaram – para cima. Tamanho alarde não é difícil de explicar. Graças a movimentações milionárias para adquirir direitos autorais de fenômenos da cultura pop, o serviço encampa alguns dos títulos mais amados pelo público de séries e filmes – entre eles, os super-heróis da Marvel e o universo Star wars.
 
O seriado inédito e original The mandalorian é o principal trunfo da Disney neste momento. Criada e produzida por Jon Favreau e estrelada por Pedro Pascal, a história recém-lançada é uma espécie de faroeste que se passa logo depois dos acontecimentos cronológicos do filme O retorno de Jedi. O protagonista é um caçador de recompensas mandaloriano dos confins da galáxia. A mensalidade nos EUA custa US$ 6,99.
 
A Netflix e seus 158 milhões de assinantes estão na mira da Amazon, Apple TV e Disney . Porém, a empresa domina o mercado com seu amplo catálogo, recheado de séries originais de sucesso – La casa de papel, Stranger things e Black mirror, por exemplo. Agora, a plataforma investiu nada menos de US$ 140 milhões apenas no filme O irlandês, de Martin Scorsese, que estreia na quarta-feira (27).
O mercado é dinâmico. Para cancelar e adquirir assinaturas, bastam poucos cliques e um cartão de crédito. Sendo assim, o negócio bilionário corre o risco de mergulhar, a longo prazo, em voraz “toma lá dá cá”. O alerta vem de Jeff Wlodarczak, CEO do Pivotal Media Group. “Com conteúdo original limitado, os adultos vão percorrê-lo rapidamente. Dessa forma, você pode ter uma rotatividade de assinantes bastante significativa”, disse ele à Variety.

FORÇA Se o futuro é incerto e as mudanças velozes, uma coisa é certa: o streaming tem a força. Tanto é que tradicionais canais por assinatura vêm lançando plataformas “on the demand”. Ou seja, o assinante acessa o conteúdo quando quiser, sem depender de operadoras de TV a cabo. Basta a conexão com a internet.
 
É o caso da HBO, cuja HBO GO oferece séries premiadas como Chernobyl e Game of thrones e pode ser assinada por R$ 34,90. Na rede Telecine, o Telecine Play, focado em filmes, custa R$ 37,90. A Globo mantém a Globo Play (R$ 21,90 por mês), disponibilizando títulos internacionais como The handmaid's tale, além de novelas, séries e conteúdos jornalísticos e esportivos da Rede Globosat.
Resumindo: basta fazer as contas e escolher o que ver.

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