Saiba quem é a mineira que teve beijo gay cortado pela Globo

Personagem de Bia Arantes deveria beijar outra mulher no capítulo desta sexta (6) em Órfãos da terra, mas cena foi retirada por decisão 'puramente artística'

por Augusto Pio 06/09/2019 12:36

Jacques Dequeker/divulgacao
Bia Arantes celebra a boa fase da carreira (foto: Jacques Dequeker/divulgacao)
Natural de Piumhi, no Centro-Oeste mineiro, Bia Arantes é Valéria em Órfãos da terra, na Globo. Na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes, a atriz vive um romance homoafetivo com Camila (Anajú Dorigon). A cena do beijo gay entre as duas personagens estava prevista para ir ao ar nesta sexta-feira (6), mas, ontem (5), ao disponibilizar o capítulo na Globoplay, a emissora carioca não exibiu a cena que já estava agitando a internet desde quando a gravação do beijo lésbico foi anunciado, em meados de agosto. A própria Bia Arantes chegou a dar entrevistas sobre o assunto. Desde então, internautas e fãs do #Vamila, em alusão à torcida para que as duas personagens ficassem juntas e se beijassem, estavam fazendo “barulho” na web e redes sociais. A mineira é seguida por mais de 2 milhões de pessoas só no Instagram.

Com a decisão de retirar do ar a cena do beijo, os internautas e fãs de Camila e Valéria novamente foram às redes sociais, desta vez para reclamar. “Não acredito que a Globo censurou o beijo. QUE ODIOOOOOOOOOOOOOOOOOO”, postou @matt_conda. @ThaiseOliverSa escreveu: “Como eles tiveram coragem de tirar a cena mais aguardada por todos. VAMILA SEM CENSURA”. Procurada pelo EM, a comunicação da TV Globo afirmou que a retirada do beijo lésbico do ar “se trata de uma decisão puramente artística”

Mas o amor vivido pelas duas personagens deve continuar nos próximos capítulos e Bia acredita que a relação delas é muito bonita, uma vez que, para ela, o afeto transcendeu. “Elas eram as melhores amigas e esse aspecto todo da amizade acabou se transformando em amor. Lembrando que nenhuma delas era homossexual antes de o fato acontecer. Ver um afeto ser desenvolvido assim é muito bacana”, ressalta a atriz.


Reprodução/Instagram
Beijo entre atrizes de Órfãos da terra era esperado por quem torcia para o casal (foto: Reprodução/Instagram)


Bia acredita que seja muito importante o fatos de as novelas abordarem romances homoafetivos e justifica: “É interessante não só que a trama entretenha o público, mas que também traga questões que vão dialogar com realidades sociais diferentes e que abra diálogo com as pessoas que estão assistindo. Isto é sempre muito legal. Trazer esse relacionamento homoafetivo contribui para isso, porque é muito importante a ideia do envolvimento com uma história dessas para disseminar o respeito, para que haja uma normalidade quanto a isso.”

A atriz também tem se destacado na telona com seus personagens. No longa O filme da minha vida, dirigido por Selton Mello e que ganhou o prêmio de melhor trilha sonora original no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (2018), viveu Petra. Dando sequência à carreira no cinema, Bia finalizou no ano passado, ao lado de Bruno Gagliasso, o filme Loop, uma ficção científica dirigida por Bruno Brini, com supervisão artística de Fernando Meirelles, no qual interpreta uma estudante de psicologia, namorada de Gagliasso. A produção ainda não tem data de estreia. “É um filme que fala muito do amor, trata também de física. É difícil ter isso no cinema nacional, que mistura mistério com romance. O filme fala de um cara desesperadamente apaixonado, que faz tudo pelo amor. É bem diferente do que a gente costuma ver no cinema nacional.”

No teatro, ao lado da atriz Amanda Monteiro, Bia está ensaiando o espetáculo Ana Karenina, de Tolstoi, ainda sem data de estreia. “É um monólogo dividido em duas pessoas. É um grande desafio, primeiro porque é um texto tão denso, tão cheio de riqueza de mensagens, de carga dramática e, segundo, por fazer a mesma personagem com outra pessoa, um processo bem legal, difícil e que estou amando fazer”, garante.


Divulgação/TV Globo
Camila (Anaju Dorigon) e Valéria (Bia Arantes): amizade que se transformou em amor em 'Órfãos da terra' (foto: Divulgação/TV Globo)


SEGUIDORES

Mas não é só nos palcos e telas que a mineira se destaca. Bia Arantes ela também é fenômeno nas redes sociais, com mais de 2 milhões de seguidores somente no Instagram. “Nelas, costumo travar um contato muito bacana com as pessoas que me acompanham. Pra mim é ótimo e uso muito as redes para isso, principalmente o Twitter.“

Feliz com a carreira, Bia confessa ter orgulho enorme de sua trajetória. “Acho que tudo que li fez parte da construção de minha carreira, do que sou. Todos os momentos foram importantes. Tenho muito orgulho em poder trabalhar com a minha arte, poder viver disso, me profissionalizar nisso, ter sempre personagens novos, histórias novas para desenvolver. Acho muito legal quando volto a Minas e encontro meus pais e a gente fala sobre tudo. Eles assistem as coisas que faço. É muito legal saber que o que estou fazendo está reverberando, indo para outros lugares e ter feedbacks.”

A atriz começou a chamar a atenção na TV na pele da freira Cecília, em Carinha de anjo, novela exibida pelo SBT/Alterosa). Hoje, aos 26 anos, acredita que todos os seus trabalhos foram marcantes. “Foram importante para consolidar a minha opinião artística, carreira e o meu caráter, porque comecei muito nova, aos 16 anos. Então, a gente acaba moldando muito o nosso caráter também trabalhando. Sinto-me privilegiada de poder ter trabalhado tanto, sou grata e feliz por todos os personagens que fiz”. Entretanto, Bia recorda que um nos momentos mais emocionantes de sua carreira foi quando seus pais assistiram a O filme da minha vida. “Ficaram muito emocionados. E vê-los assim também me emocionou muito.”

MINEIRICES

Bia Arantes confessa o amor pelo seu estado natal e diz que tem muita saudade do povo mineiro. “É muito boa a simplicidade das pessoas que temos em Minas. Sinto-me muito em casa quando encontro alguém de Minas. Sinto falta da minha família, principalmente de estar com eles em minha cidade e de me lembrar do meu tempo quando morava em Paraíso (São Sebastião do Paraíso), pois era tudo uma delícia, aquela comilança, os amigos, os parentes... Muito bom!”.

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