– Sou um simples camponês. Fico honrado com sua confiança – diz Rasputin a Nicolau II.
– Ele fica doente. Não consigo pensar ou sentir, nem sei quem sou – desabafa a czarina Alexandra.
– Você é a mãe dele. Também está guardando o maior segredo da Rússia. É o fardo que deve carregar, que agora é meu também – responde Rasputin.
A partir dessa conversa, Gregori Rasputin (Ben Cartwright), uma das figuras mais emblemáticas (e sombrias) da história da Rússia, ganha a confiança da realeza. A história dele e do fim daquele poderoso império está em Os últimos czares (Netflix).
Com seis episódios mesclando dramatização e entrevistas com especialistas, o seriado retrata o apogeu e queda de Nicolau II (Robert Jack), o último czar. Coroado em 1894, ele foi executado com a família em 1918, violência que pôs fim à dinastia Romanov.
A trama se inicia com a morte de Alexandre III, pai de Nicolau, e o casamento do novo czar com Alexandra (Susanna Herbert). O herdeiro do trono, o caçula Alexei (Oskar Mowdy), é hemofílico. Esse é o “segredo e fardo” a que o místico e autoproclamado homem santo se refere na conversa com Alexandra. O momento em que o “bruxo” Rasputin conheceu o casal não poderia ser melhor. Era 1905, ano de agitações revolucionárias.
Rasputin exerceu forte influência sobre Alexandra. A czarina estava convicta de que ele era mensageiro da palavra de Deus e poderia curar Alexei. Os dois ficaram tão próximos que surgiram rumores de que seriam amantes.
Outro pilar da trama é uma das maiores lendas russas: a história de Anastácia, a quarta filha do casal. De acordo com relatos oficiais, a jovem foi fuzilada com a família. Porém, depois do extermínio dos Romanov, várias mulheres surgiram dizendo ser a princesa para exigir a fortuna da família.
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