O que um diretor faz depois de ganhar o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro com seu longa de estreia? O húngaro László Nemes, de 42 anos, que venceu todos os mais importantes prêmios com O filho de Saul (2015), resolveu voltar um pouco mais no passado.
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A trama, em si, tem pouca importância. Nemes está mais interessado em mostrar como o horror pode estar escondido em coisas ricas e belas. “Quis imergir o espectador num mundo em constante mutação, para tentar sentir como a alma humana funciona, quais são as forças dentro da alma humana”, disse.
CINEMA IMERSIVO
Nemes não acha que seu filme seja atual ou mesmo político. “Mas fala de como a tecnologia pode se tornar a grande força de destruição e de distração.
“Estou interessado na experiência humana. Então me pareceu ideal propor um cinema subjetivo e imersivo”, disse Nemes. “É a história de uma pessoa presa num labirinto. Por isso filmei numa tomada só, com perspectivas fechadas que, de vez em quando, se abrem, como uma dança da mente.” Para a atriz Juli Jakab, a filmagem, que durou 54 dias, é como se fosse um dia único. “Não sei nem escolher momentos especiais”, afirmou Jakab.
O cineasta não teme ser incompreendido pelo público. “Confio no público para usar sua mente e sua imaginação e, assim, criar sua própria jornada”, disse. “Todo o mundo sempre está em constante pânico de perder o espectador.