Desde que teve os seus três primeiros episódios lançados em 2011, a série Black mirror vem deixando sua marca na cultura pop. Não só impressionou pelos roteiros pessimistas de Charlie Brooker como também ficou marcada pela forma como trata a relação entre pessoas e tecnologia – não é à toa que o termo “isso é muito Black mirror” se tornou costumeiro em conversas. Mas, até então, a impressão era de que a série era acerto único desse formato na Netflix, empresa que comprou os direitos da produção e que já lançou outros 16 episódios e um filme interativo. Mas uma série de animação lançada na última semana na plataforma de streaming atraiu a atenção e já é considerada por muitos como sucessora de Black mirror.
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No melhor episódio da temporada, Para além da fenda de Áquila, há um paradoxo sobre a nave que erra a rota e vai parar numa galáxia desconhecida.
Muitos dos episódios chocam, outros surpreendem, alguns fazem rir. E ainda que seja uma antologia, com tramas sem ligação, a não ser pelo tema, tudo converge para um mesmo sentido. A animação utilizada também ajuda na imersão das histórias.
CENAS REALISTAS E, apesar de ser animação, e de ter alguns episódios com traço bem infantil, nenhuma das histórias é destinada para crianças. Grande parte dos episódios aposta em cenas realistas de sexo, violência ou até numa mistura dos dois. Episódios aparentemente delicados, como o hilário Três robôs, acaba recaindo em temas adultos e complexos demais para os pequenos.
Amor, morte e robôs ainda não tem continuação assegurada pela Netflix ou mais detalhes sobre como vai seguir com a franquia. Mas a ver pelo sucesso que está fazendo nas redes sociais, e pelo potencial de produzir longas ou produções maiores a partir de cada um dos curtas, há chances de seguir carreira, como fez Black mirror. O bom roteiro está ali, assim como o capricho na forma que as histórias são entregues ao público.