O musical Silvio Santos vem aí vai ser o abre-alas: com esse espetáculo, previsto para estrear em São Paulo, em março de 2020, a Paris Cultural estará definitivamente no mercado. Trata-se de um braço da Paris Filmes, produtora e distribuidora cinematográfica, em ação desde 1960. “A intenção era desdobrar os produtos cujos direitos já estavam adquiridos, ou seja, além de um longa, inspirariam também peça, exposição, animação”, explica Marilia Toledo, diretora-geral e sócia da nova empresa, que vem sendo gestada desde setembro do ano passado.
Tudo começou quando se percebeu o potencial do material disponível. Como a Paris Filmes já detinha os direitos das biografias de Ney Matogrosso e Adoniran Barbosa, além da de Silvio Santos, Marilia sugeriu a Sandi Adamiu e Márcio Fraccaroli, sócios da Paris, que adaptassem esse material também para musicais. “São histórias com incrível potencial para a criação de um espetáculo genuinamente brasileiro”, comenta ela.
Assim, além de Silvio Santos vem aí, o musical sobre a trajetória de Ney Matogrosso também tem um cronograma: já intitulado de Homem com h, deve estrear no segundo semestre de 2020. Ainda não estão definidos elenco ou direção, apenas que Ney participará ativamente do processo criativo. “Ele tem uma história transgressora, o que já inspira uma linha dramatúrgica”, explica Marilia. Apenas o musical sobre Adoniran Barbosa, ainda sem título definido, vai ser desenvolvido em paralelo aos outros dois – a única certeza por ora é de que será dirigido por Susana Ribeiro.
Experiente como autora (soma 15 peças no currículo, entre originais e adaptadas), Marilia vai assinar a dramaturgia dos dois musicais – Emilio Boechat será coautor na obra sobre o apresentador e empresário Silvio Santos. O texto, aliás, parte do livro Silvio Santos: a biografia (Universo dos Livros), de Marcia Batista e Anna Medeiros, trabalho aprovado e elogiado pelo próprio animador. Mas, diante de tão vasto material, Marilia e Boechat optaram por uma saída original: a peça começa quando Silvio é internado em um hospital para tratar de um problema delicado – em 1986, ele foi hospitalizado com quadro de arritmia cardíaca. Depois de anestesiado, o apresentador passa a delirar e a sonhar com seu passado, momento em que a montagem retorna para os anos 1930 e 1940, iniciando um flashback.
“Não queremos nada cronológico, mas sim com histórias saltando no tempo, ao sabor dos sonhos do Silvio”, explica Marilia. Assim, o espectador logo descobre a trajetória do camelô que se tornou um dos empresários mais famosos do país, além de um dos principais comunicadores de televisão. É mostrada, por exemplo, a forma inusitada como Senor Abravanel iniciou a carreira artística (durante um “rapa” contra camelôs, o fiscal o aconselhou a fazer um teste em uma emissora de rádio, graças à boa voz), além da visão empreendedora ao criar o carnê do Baú. E ainda curiosidades, como o apelido de Peru que Fala, por enrubescer facilmente.
“Não tocaremos em assuntos delicados, como o sequestro de uma de suas filhas, Patricia, em 2001”, explica Marilia. “Isso ocuparia muito tempo do espetáculo e desviaria o foco. O caso, por si só, mereceria ser tema de uma peça.” Já a famosa ligação do apresentador com presidentes da República, o que lhe garantiu, entre outros benefícios, a concessão do SBT, não será esquecida. Os dramaturgos pretendem suavizar o assunto, brincando com um dos principais quadros do programa de Silvio Santos, o Porta da esperança.
Da família, aliás, será mencionada apenas Íris, atual mulher do apresentador. Já o grupo de jurados da TV, como Aracy de Almeida e Pedro de Lara, além dos apresentadores Hebe Camargo e Carlos Alberto de Nóbrega, são personagens certos.
ATORES
O processo de seleção de elenco será em novembro e terá a participação do diretor do espetáculo, Zé Henrique de Paula, e da diretora musical, Fernanda Maia. As canções, aliás, serão escolhidas entre as que marcaram as épocas de 1930 a 1980. Para o papel principal, os produtores negociam com um ator que hoje vive em Miami e se assemelha muito a Silvio Santos. “Não podemos revelar o nome enquanto o negócio não for fechado”, conta Marilia.
A audição, aliás, poderá ter lances inéditos, como a participação do público na escolha. “Estamos pensando que, na seleção final entre os três candidatos para a definição do personagem, os espectadores possam ajudar na escolha”, explica Marília, lembrando que o apresentador não participará da produção, ao contrário de Ney Matogrosso, que é consultado sobre fatos de sua vida. A estreia do musical será acompanhada também de uma exposição com fotos e pertences do cantor e, como no caso de SS, também a trajetória de Ney vai inspirar um filme.
Em tempo de mudanças na Lei Rouanet, a Paris Cultural pretende seguir caminhos austeros. “As fontes de renda serão investimento privado, bilheteria e parceria, usando as leis de incentivo”, revela Marilia. “E, se for preciso, será feito um redimensionamento na produção, com temporadas mais curtas e elenco mais reduzido.” Ela conta ainda que os espetáculos deverão excursionar por outras cidades, o que já exige uma formatação que facilite viagens.
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Assim, além de Silvio Santos vem aí, o musical sobre a trajetória de Ney Matogrosso também tem um cronograma: já intitulado de Homem com h, deve estrear no segundo semestre de 2020. Ainda não estão definidos elenco ou direção, apenas que Ney participará ativamente do processo criativo. “Ele tem uma história transgressora, o que já inspira uma linha dramatúrgica”, explica Marilia. Apenas o musical sobre Adoniran Barbosa, ainda sem título definido, vai ser desenvolvido em paralelo aos outros dois – a única certeza por ora é de que será dirigido por Susana Ribeiro.
Experiente como autora (soma 15 peças no currículo, entre originais e adaptadas), Marilia vai assinar a dramaturgia dos dois musicais – Emilio Boechat será coautor na obra sobre o apresentador e empresário Silvio Santos. O texto, aliás, parte do livro Silvio Santos: a biografia (Universo dos Livros), de Marcia Batista e Anna Medeiros, trabalho aprovado e elogiado pelo próprio animador. Mas, diante de tão vasto material, Marilia e Boechat optaram por uma saída original: a peça começa quando Silvio é internado em um hospital para tratar de um problema delicado – em 1986, ele foi hospitalizado com quadro de arritmia cardíaca. Depois de anestesiado, o apresentador passa a delirar e a sonhar com seu passado, momento em que a montagem retorna para os anos 1930 e 1940, iniciando um flashback.
“Não queremos nada cronológico, mas sim com histórias saltando no tempo, ao sabor dos sonhos do Silvio”, explica Marilia. Assim, o espectador logo descobre a trajetória do camelô que se tornou um dos empresários mais famosos do país, além de um dos principais comunicadores de televisão. É mostrada, por exemplo, a forma inusitada como Senor Abravanel iniciou a carreira artística (durante um “rapa” contra camelôs, o fiscal o aconselhou a fazer um teste em uma emissora de rádio, graças à boa voz), além da visão empreendedora ao criar o carnê do Baú. E ainda curiosidades, como o apelido de Peru que Fala, por enrubescer facilmente.
“Não tocaremos em assuntos delicados, como o sequestro de uma de suas filhas, Patricia, em 2001”, explica Marilia. “Isso ocuparia muito tempo do espetáculo e desviaria o foco. O caso, por si só, mereceria ser tema de uma peça.” Já a famosa ligação do apresentador com presidentes da República, o que lhe garantiu, entre outros benefícios, a concessão do SBT, não será esquecida. Os dramaturgos pretendem suavizar o assunto, brincando com um dos principais quadros do programa de Silvio Santos, o Porta da esperança.
Da família, aliás, será mencionada apenas Íris, atual mulher do apresentador. Já o grupo de jurados da TV, como Aracy de Almeida e Pedro de Lara, além dos apresentadores Hebe Camargo e Carlos Alberto de Nóbrega, são personagens certos.
ATORES
O processo de seleção de elenco será em novembro e terá a participação do diretor do espetáculo, Zé Henrique de Paula, e da diretora musical, Fernanda Maia. As canções, aliás, serão escolhidas entre as que marcaram as épocas de 1930 a 1980. Para o papel principal, os produtores negociam com um ator que hoje vive em Miami e se assemelha muito a Silvio Santos. “Não podemos revelar o nome enquanto o negócio não for fechado”, conta Marilia.
A audição, aliás, poderá ter lances inéditos, como a participação do público na escolha. “Estamos pensando que, na seleção final entre os três candidatos para a definição do personagem, os espectadores possam ajudar na escolha”, explica Marília, lembrando que o apresentador não participará da produção, ao contrário de Ney Matogrosso, que é consultado sobre fatos de sua vida. A estreia do musical será acompanhada também de uma exposição com fotos e pertences do cantor e, como no caso de SS, também a trajetória de Ney vai inspirar um filme.
Em tempo de mudanças na Lei Rouanet, a Paris Cultural pretende seguir caminhos austeros. “As fontes de renda serão investimento privado, bilheteria e parceria, usando as leis de incentivo”, revela Marilia. “E, se for preciso, será feito um redimensionamento na produção, com temporadas mais curtas e elenco mais reduzido.” Ela conta ainda que os espetáculos deverão excursionar por outras cidades, o que já exige uma formatação que facilite viagens.