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Conheça exemplos de séries em que as mulheres arrasam

Baseada no romance de mesmo nome publicado em 1985 pela escritora canadense Margaret Atwood, a série The handmaid’s tale, traduzida como O conto da aia no Brasil, se tornou referência em temática feminista na TV mundial. A história é uma distopia em que o governo dos EUA é exterminado e uma seita de fanáticos religiosos cristãos assume o poder, estabelecendo a República de Gileade. Nela, as mulheres são oprimidas, subjugadas e privadas dos direitos mais básicos. Diante de uma forte crise de infertilidade no país, algumas – as aias – são escravizadas por famílias ricas e submetidas a rituais de estupro para gerar crianças.

A ficção imagina um cenário de avanço da desigualdade entre os gêneros e dos ataques aos direitos das mulheres, reforçando a importância das causas femininas. Produzida pela plataforma de streaming norte-americana Hulu, a série é exibida no Brasil pelo canal por assinatura Paramount Channel e na plataforma Globo Play. A primeira temporada foi lançada em abril de 2017 e a segunda no ano passado. Até hoje, a produção já recebeu oito prêmios no Emmy e dois no Globo de Ouro. A terceira temporada está programada para estrear em junho.

Também disponível no cardápio da Globo Play, Killing Eve se destaca por sua forma de abordar o protagonismo feminino.
Com uma temporada exibida no país até hoje, lançada em 2018, o enredo tem nos dois papéis principais a espiã do MI5 Eve Polastri (Sandra Oh) e a psicopata Villanelle (Jodie Comer). No jogo de gato e rato proporcionado pela investigação criminal, elas acabam ficando obcecadas uma pela outra.

Embora não seja diretamente sobre a temática feminista, o fato de duas mulheres ocuparem lugares que quase sempre pertenceram a homens em outras tramas do gênero é um dos fatores responsáveis pelo sucesso de público e crítica do seriado, que tem 98% de aprovação no site Rotten Tomatoes, dedicado a mensurar essas avaliações.

Na Netflix, uma opção é Anne with an E. Embora seja uma narrativa infantojuvenil (adaptada do livro), a história é sobre uma garota adotada por engano por dois irmãos no interior do Canadá, no fim do século 19. A dupla pretendia receber um garoto para ajudar nas tarefas da fazenda, mas acaba recebendo Anne. A partir dessa relação, a garota, interpretada por Amybeth McNulty, cria uma oportunidade de se autoafirmar, rompendo com a lógica patriarcal. No catálogo do serviço estão disponíveis as duas temporadas já lançadas.

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Mulheres notáveis são personagens também em línguas diferentes do inglês. Na série espanhola Las chicas del cable, traduzida como As telefonistas, disponível na Netflix, Lidia (Blanca Suarez), Carlota (Ana Fernandez), Marga (Nadia de Santiago) e Ángeles (Maggie Civantos) trabalham em uma companhia telefônica na Madrid dos anos 1920.
Nas duas temporadas lançadas, a trama é conduzida por discussões sobre os direitos da mulher, ainda não plenamente assegurados na época, e envolve temas como divórcio, diversidade sexual, discriminação profissional e violência doméstica. Temas que, 100 anos depois, continuam urgentes em vários lugares do mundo.

Vencedora de sete prêmios na última edição do Emmy, The marvelous Mrs. Maisel (Maravilhosa Sra. Maisel, no Brasil), é outro exemplo de produção com personagens empoderadas e empoderadoras, mas sob o viés da comédia. A protagonista que dá nome ao show, interpretada por Rachel Brosnahan, é uma mulher que, após um divórcio conturbado, recomeça a vida usando seu talento cômico para construir uma carreira de sucesso no território da comédia stand up em Nova York, durante os anos 1950. No Brasil, ela é distribuída pela Amazon Prime Video.

O tom bem-humorado também prevalece em Grace and Frankie, lançada em 2015 e com cinco temporadas disponíveis na Netflix. As personagens de Jane Fonda e Lily Tomlin são duas setentonas cujos maridos pediram o divórcio para se casar um com o outro. Além da independência das duas, o seriado conquistou muitos fãs e elogios da crítica também pela proposta de abordagem sobre a homossexualidade e outras relações afetivas e sociais na terceira idade, quebrando tabus e apresentando novos pontos de vista.
O trabalho rendeu a Tomlin uma indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz em 2015..