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Maju Coutinho será primeira mulher negra a apresentar o Jornal NacionalJoyce Ribeiro concorre ao troféu Raça Negra em São PauloSBT demite as jornalistas Joyce Ribeiro e Patrícia RochaAssim que a novidade sobre Maju foi divulgada, Joyce Ribeiro chegou a receber uma série de mensagens exaltando esse momento e lembrou a sua própria trajetória. A atual âncora do Jornal da Cultura – que vai ao ar de segunda a sábado, às 21h15 – apresentou um telejornal em rede nacional pela primeira vez em 2002, o Fala Brasil, da Record. Já naquela época, o fato teve grande repercussão.
“Teve sim uma celebração porque tinha essa consciência da importância de uma negra apresentar um programa ainda mais para todo o país. Foi um divisor de águas na minha carreira. Mas acredito que hoje tudo é mais amplificado, mais acessível, o debate está mais perto das pessoas por conta das redes sociais. Deveria ser algo normal ter um jornalista negro comandando um jornal ou assumindo outras funções importantes, mas infelizmente não é.
Joyce se formou na Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, cidade onde nasceu, e escolheu essa faculdade justamente por ela focar em TV. “Já vislumbrava trabalhar na televisão. E queria seguir aquilo de forma obstinada, apesar de ser um sonho distante”, pontua a jornalista que tem pós-graduação em política e economia pela PUC-SP. O primeiro estágio veio na Boa Vontade TV, da LBV, em que atuou em vária funções como pauteira, produtora e repórter. “Foi ali também que tive a minha primeira experiência como apresentadora. Era um programa sobre cultura”, lembra.
CREDIBILIDADE
De lá, migrou para a RIT (Rede Internacional de Televisão), onde apresentou o seu primeiro telejornal. Logo depois, foi contratada pela Record e, em 2005, foi trabalhar no SBT/Alterosa, empresa que considera fundamental para a sua formação.
Desde abril de 2018 na bancada do Jornal da Cultura, Joyce Ribeiro festeja o atual momento. Além de estar numa emissora em que nunca havia trabalhado, ela salienta o formato do telejornal que diariamente – além da âncora – traz dois convidados de áreas variadas para comentar os assuntos do dia.”É o olhar do cidadão. Seja médico, economista, cientista político, professor. Eles versam comentários sobre todas as notícias; e não só sobre as de suas áreas. É muito interessante.
Inspiração em Chica da Silva
Assim que deixou o SBT/ Alterosa, Joyce Ribeiro foi se dedicar a um projeto inesperado: escrever um livro. O convite partiu da Editora Planeta, que a chamou para se dedicar a uma publicação sobre Chica da Silva. “A Chica sempre teve uma imagem muito erotizada e a ideia da editora era oferecer um novo olhar. Já era fascinada por esse personagem tão importante da nossa história e fiquei mais ainda quando mergulhei na sua trajetória”, revela. Joyce contou com a colaboração da pesquisadora Mirian Inês e fez um romance histórico em que tenta aproximar Chica da realidade atual das mulheres negras.
“Foi uma mulher forte, empreendedora, corajosa que cuidou dos filhos praticamente sozinha e não teve medo de enfrentar os padrões do século 18. Chica da Silva desempenhou muitas funções naquela época que hoje são tão comuns na modernidade. Era uma figura muito admirável”, celebra. O entusiasmo com Chica da Silva – Romance de uma vida foi tamanho que Joyce pensa em uma segunda incursão literária já programada para 2020. .