Dois homens condenados por homicídio têm um caso – nada afetuoso e um tanto sexual – com uma supervisora de uma prisão de segurança máxima nos Estados Unidos. A mulher é casada com um funcionário da mesma penitenciária. Acaba ajudando a dupla a fugir – fuga esta que levou três semanas e culminou em uma caçada que custou US$ 23 milhões aos cofres norte-americanos.
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Escape at Dannemora é uma das minisséries mais prestigiadas de 2018. Por ora inédita no Brasil (e sem previsão de lançamento), a produção com sete episódios do canal Showtime foi exibida entre novembro e dezembro nos EUA.
Além de uma estrela na direção, traz um trio de igual porte como protagonistas. Benicio Del Toro é Richard Matt; Paul Dano, David Sweat; e Patricia Arquette, Tilly Mitchell (irreconhecível, ela venceu o Globo de Ouro pelo papel). Faça uma busca rápida na internet e veja como a caracterização dos atores (Arquette, principalmente) foi calcada nos personagens reais.
DESENHO O piloto da série nos apresenta um trio nada clichê, se levarmos em consideração o ambiente em que estão. Matt é o chefe de seu pavilhão, um homem com dotes artísticos (pinta com emoção a mulher do chefe dos carcereiros) e igual dureza, que adquire influência sobre os demais presos e os guardas. Sob seu chapéu está o jovem Sweat. Com paciência, o homem mais velho lhe ensina a desenhar.
Os dois se encontram com Tilly na oficina de costura da prisão, em que ela é conhecida por ser uma supervisora de olhar humano para os detentos – trata-os bem e costuma colocar música para animar o ambiente de trabalho.
A história é narrada em flashback. Na sequência inicial, Tilly, já algemada, encontra-se com Catherine Scott (Bonnie Hunt), inspetora-geral do estado de Nova York que encabeça a investigação da fuga. A entrevista com as duas mulheres será longa – e é o que detona a história. Patricia Arquette mantém o espectador sempre em dúvida: Tilly é um tanto limítrofe ou é deveras esperta e esconde seus atos na figura de uma mulher castigada pela vida?
A resposta vem aos poucos, sem pressa. Ainda que o fim da história seja conhecido – fica ao critério do leitor, caso não saiba os detalhes, descobrir o que se passou com Matt, Sweat e Tilly na vida real –, Escape at Dannemora conta a melhor história de fuga de prisão em muitos anos, pelo modo como ela é narrada e pelo desempenho do trio de protagonistas. E com uma trilha sonora arrasadora, que dialoga com as passagens da narrativa. Só no piloto são 11 faixas, incluindo Emerson, Lake & Palmer (From the beginning), Bob Dylan e Johnny Cash (Girl from the North Country), The Human League (Mirror man) e Graham Nash (Better days).