Em 2015, Andreia Horta enfrentou grande desafio: protagonizar a cinebiografia de um dos maiores nomes da cultura brasileira, Elis Regina (1945-1982). A atuação no longa Elis, dirigido por Hugo Prata e lançado em 2016, lhe rendeu o aplauso da crítica e os prêmios de melhor atriz no Festival de Gramado e pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Quando convidada para reviver a 'Pimentinha' em adaptação do filme para a TV, a mineira de Juiz de Fora lembra ter tido breve resistência. “Mas o prazer foi muito maior que o receio”, conta Andreia, em entrevista ao Estado de Minas.
Leia Mais
Sexta temporada de Vikings será a última; série pode ganhar spin-offBoninho anuncia participante mineira no BBB 19Retorno de 'O Justiceiro' é anunciado com teaser inéditoSéries sobre o cotidiano de pessoas idosas caem no gosto do públicoNetflix pede que fãs tomem cuidado com desafio inspirado em Bird boxMineira Andreia Horta apresenta nova temporada de 'O país do cinema' e vai viver ex-prostituta em série do Canal BrasilMeghan Markle é convidada para fazer última participação em 'suits', diz jornalDe bamba para bamba: Pedro Luís lança disco com canções de Luiz MelodiaExoneração de funcionários comissionados reduz pessoal de equipamentos culturais do estadoApós 35 anos no ar, 'Vídeo Show' chega ao fim na GloboBruna Linzmeyer comenta sobre não se depilar: 'libertadora essa atitude''Será que tem dinheiro enterrado aqui?', diz Latino em ex-mansão de Pablo EscobarO trabalho pode ser conferido a partir desta terça-feira (8), com a estreia de Elis – Viver é melhor que sonhar, na Globo. Em quatro capítulos, a produção reúne cenas do filme e novas gravações rodadas no ano passado. A narrativa passa a ser conduzida por uma entrevista ficcional, mesclada por depoimentos reais de Elis. O roteiro do filme, assinado por Hugo Prata, Luiz Bolognesi e Vera Egito, ganhou o reforço de George Moura.
Andreia conta ter voltado aos intensos ensaios para trabalhar novamente postura e voz. “Fui atuar já depurada.
Apesar da experiência, as novas filmagens também requisitaram árduo trabalho. “Para o filme, tive que construir uma Elis. Agora, tive que encostar naquela Elis que construí. Minha interpretação na série precisava fazer sentido com a do filme.
ENTREVISTAS
Tanto para compôr sua personagem, em 2015, quanto para retomá-la, em 2018, Andreia recorreu aos depoimentos concedidos por Elis Regina à imprensa. No exterior, em episódio tão polêmico quanto histórico, a artista chamou de “gorilas” os militares que tomaram o poder no Brasil em 1964. Recentemente, em plena era digital, falas da cantora sobre temas atuais – como o aborto – se tornaram virais. Sua participação no programa Jogo da verdade – exibido pela TV Cultura duas semanas antes de sua morte, em janeiro de 1982 –, já foi visto mais de 1 milhão de vezes no YouTube.
“As entrevistas são fontes inesgotáveis para aprender como ela falava, pensava e formulava suas ideias. Os vídeos foram essenciais para construir a fala da Elis e principalmente seu tempo de pensamento. Quando fala, Elis é senhora do próprio tempo: parece que já pensou tudo aquilo, da mesma forma com que toma para ela todo o tempo do mundo”, define a atriz.
“O que mais mudou fui eu”, diverte-se Andreia, quando questionada sobre as diferenças entre as filmagens, separadas por um hiato de três anos. “Mudou justamente minha relação no tempo, no pensamento, na ação, na fala, e é claro que acabo levando isso para a cena. Mudou a maneira como vivo, o que evidentemente altera a maneira como trabalho”, completa a atriz.
HISTÓRIA
Assim como o filme, a minissérie acompanha a trajetória artística de Elis Regina, que começa em 1964, com a ida ao Rio de Janeiro, até 1982, ano de sua morte.
O espectador terá novidades na minissérie. Entram em cena personagens reais ausentes no longa, como Rita Lee (vivida por Mel Lisboa), Tom Jobim (Sérgio Guizé) e Vinicius de Moraes (Thelmo Fernandes). O elenco tem ainda Lúcio Mauro Filho (Miele), Caco Ciocler (César Camargo Mariano), Gustavo Machado (Ronaldo Bôscoli) e Ícaro Silva (Jair Rodrigues) – esses, já presentes no filme.
FANTASIAS
Andreia Horta otimiza seu vínculo com a sétima arte à frente de O país do cinema, programa exibido pelo Canal Brasil às quintas, em que entrevista profissionais da área. “É a chance de conversar sobre o que faço na vida, desde criança: construir fantasias”, aponta. “Converso com roteiristas, diretores de fotografia e de arte, cineastas experientes e estreantes. É muito enriquecedor poder olhar para todos os lados, conversar com tantas gerações e influências”, acrescenta.
Ainda em 2019, ela roda um longa, mas ainda não pode falar a respeito. Na sequência, volta às telinhas com a novela No tempo do imperador (título provisório), escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, e dirigida por Vinícius Coimbra para a faixa das 18h da Globo.
ELIS – VIVER É MELHOR QUE SONHAR
Direção: Hugo Prata. Com Andreia Horta. Estreia nesta terça-feira (8), às 22h30, na Globo..