O ano de 2018 não foi dos melhores em matéria de novelas - é mais fácil enumerar os fracassos do que o que valeu a pena. Curiosamente, na contramão do que poderia se pensar, foi um ano de boas atuações na TV aberta. Especialmente algumas atrizes conseguiram salvar o barco e evitar o naufrágio total.
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Adriana Esteves foi o grande nome do ano entre os atores e atrizes. Ela tirou leite de pedra e se livrou da armadilha de se repetir e arrasou como Laureta de Segundo sol. Desde o início da trama de João Emanuel Carneiro, Adriana mostrava que poderia roubar a cena. Os capítulos foram passando, a heroína Luzia (Giovanna Antonelli) se esvaziou e Laureta ganhou ares de protagonista.
Como se isso não bastasse, Adriana Esteves brilhou também em outra produção, a série Assédio, do Globoplay. Ela deu vida a Stella, primeira vítima de abuso do médico Roger Sadala (Antonio Calloni, também muito bem no papel), conhecido ironicamente como Doutor Vida. Stella transita entre a leveza da mulher que tem o sonho de ser mãe e encontra a solução em Sadala e a tragédia que se abala sobre ela %u30FC indo da dor do abuso à coragem da denúncia. Prato cheio para atrizes do calibre de Adriana Esteves.
Confira outras boas atuações de 2018!
Orgulho e paixão já estava quase no fim, a gente já tinha se rendido ao talento de Ary Fontoura como Afrânio, quando fomos brindados com a cena da morte do Barão de Ouro Verde, como era conhecido o personagem. Delicado, Ary não ganhava um personagem à altura dele desde o Silveirinha de A favorita (2008).
Logo na primeira semana da minissérie Onde nascem os fortes, Débora Bloch mostrou ao que veio. Correndo no sertão, Rosinete aproveitava para pedir a Deus ajuda para achar a cura para a doença da filha, Aurora (Lara Tremouroux). A personagem era uma leoa, seja para defender os filhos, seja para tentar salvar o casamento depois de descoberta a traição de Pedro Gouveia (Alexandre Nero).
Antes de torcer o nariz para a presença de Gabriela Duarte na lista, tente se lembrar da atriz como a perversa Julieta Bittencourt, a Rainha do Café. Impossível não odiar a personagem, brilhantemente defendida por Gabriela, que vem acertado o tom em papéis como a Jéssica de Passione (2010) e uma rápida Suzana em A lei do amor (2016).
Jesuíta Barbosa se dividiu em dois em Onde nascem os fortes para dar vida a Shakira do Sertão e a Ramirinho. E deu conta dos dois. No primeiro, soltou a voz teve uma atuação vários tons acima do retraído Ramirinho. Jesuíta falou ao Próximo Capítulo sobre o desafio que enfrentou.
Me arrisco a dizer que Sob pressão foi a melhor produção da Globo este ano, muito disso pela atuação de Marjorie Estiano como a médica Carolina. Nesta temporada, a personagem saiu da sombra de Evandro (Julio Andrade) e assumiu, ao lado dele, o posto de protagonista. No limiar entre a ética e a vontade de salvar os pacientes, a personagem exigiu diferentes nuances da atriz.
Cássia poderia ser um personagem meloso, daquelas mães que ficam sofrendo pelo desaparecimento do filho, Nonato (Marco Pigossi), o que já seria um drama justificado. Mas não. Patrícia Pillar imprimiu à lutadora mulher um ar forte sem ser pedante.
Assim como Laureta roubou o protagonismo feminino de Luzia, Remy tomou para si o que seria de Beto Falcão (Emilio Dantas). A ironia do texto de João Emanuel Carneiro encontrou porto seguro em Brichta, que encarnou um baiano perfeitamente.