– Tabaco, sabão, alcaçuz… E um toque de pudim de sêmola – descreve Moritz.
– Meu pai! – adivinha Elena.
– Ponto pra Elena. É a vez dela.
– Bom, vamos lá… Ele sempre cheirava levemente a manteiga e, principalmente, perfume almiscarado. Quero ver se vocês vão acertar.
Dirigida por Philipp Kadelbach, a série alemã O perfume (Netflix) se inspira no best-seller de Patrick Süskind, que rendeu a bem-sucedida adaptação cinematográfica Perfume: A história de um assassino, com Dustin Hoffman e Alan Rickman.
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As três principais personagens femininas são significativamente afetadas pelo machismo. Katharina, por exemplo, sempre foi julgada por sua vida sexual ativa. Os comentários maldosos partiam, inclusive, de homens que mantinham relações com ela. Elena não apenas sofreu violência sexual na adolescência, como se casou com um agressor. Continua lidando com abusos – físicos e psicológicos. Nadja se depara constantemente com piadinhas e comentários sexistas da equipe de detetives. A discussão sobre o machismo, no entanto, poderia ter sido melhor aproveitada na série.
Só conhecemos a identidade do assassino de Katharina nos últimos minutos, mas os episódios conseguem prender a atenção por conta da narrativa envolvente. A direção de fotografia é, sem dúvida, um dos principais destaques de O perfume. Nas cenas do presente, filtros esverdeados dialogam com figurinos em tons sóbrios. No passado, cenários apresentam cores mais abertas e efeito granulado. E estonteantes paisagens alemãs compõem a estética visual impecável.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria