Conhecida como uma das séries mais violentas e sangrentas de todos os tempos, Filhos da anarquia (Sons of anarchy) chegou ao fim em 2014, depois de sete temporadas que abordaram as rivalidades entre gangues de motociclistas e as nuances do jogo de poder. Apesar de muito explorado, o universo dessa produção ainda não se esgotou. Nesta sexta-feira (9), o canal Fox Premium exibe o primeiro episódio de Mayans M. C, spin-off de Sons of anarchy.

Com cocriação de Kurt Sutter (idealizador da atração original), a série derivada mergulha no universo do Mayans, clube de motociclistas latino-americanos. O enfoque é no personagem Ezekiel Reye (J. D. Pardo), ex-presidiário que assume nova identidade na fronteira da Califórnia com o México.

Referências a Sons of anarchy podem ser percebidas logo no início do primeiro episódio, quando um corvo (símbolo da atração original) é devorado por um cão. O capítulo-piloto, com mais de 60 minutos, apresenta os personagens principais do clube.

Em Sons of anarchy, o protagonista Jax (Charlie Hunnam) foi criado no universo das gangues. Em Mayans M.C, o personagem principal vive nesse ambiente por uma questão de sobrevivência. Ezekiel foge da cadeia e deve provar, a todo custo, que realmente pertence ao clube, enfrentando diversos obstáculos.

Cores vibrantes e quentes, com auxílio da trilha sonora que dialoga com a narrativa, criam a atmosfera perfeita para a trama. Os próximos nove episódios da primeira temporada prometem mais reviravoltas e conspirações.

Produções norte-americanas têm dificuldade em retratar latinos sem esbarrar em estereótipos. Geralmente, as mulheres são exageradamente sensuais (caso da personagem de Sofia Vergara em Modern family), enquantos os homens se envolvem com atividades ilicítas. Mayans M. C não foge dos clichês, mas consegue abordar com alguma profundidade as dificuldades enfrentadas por imigrantes e a exclusão social.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria