A sexta e última temporada de House of cards, disponibilizada pela Netflix na sexta-feira passada (2) decepcionou a maioria dos críticos. Havia grande expectativa em torno da solução que seria adotada pelos criadores desse que foi o primeiro grande sucesso mundial da Netflix para se livrar de seu protagonista – o antes indispensável Frank Underwood (Kevin Spacey).
No fim de 2017, Spacey, de 58 anos, foi acusado de assediar e agredir dois jovens atores menores de idade nos anos 1980. Spacey nega as acusações, mas aproveitou a ocasião para divulgar publicamente sua homossexualidade. O fato de o ator ter tratado do assunto apenas nessas condições provocou desagrado em grande parte da comunidade de Hollywood, e ele recebeu também acusações de má conduta no set da série.
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MISTÉRIO Mas o aspecto que frustrou a maioria dos críticos é o fato de House of cards ter abandonado seu DNA de trama política e levado esta sexta temporada para a direção do mistério em torno da morte de Frank. Além da mudança de tom, ficou claro também que, mesmo ausente, Kevin Spacey continuou dominando a narrativa, o que foi considerada uma solução débil pelos que aguardavam o grande momento de Robin Wright com sua Claire Underwood assumindo de vez o primeiro plano.
É fato, porém, que para uma série concebida como um dueto reinventar-se na forma de um protagonista solo não seria tarefa fácil.
Para a atriz, essa escolha envia uma mensagem às elites políticas, as reais. Nos Estados Unidos, as mulheres representam 51% da população, mas “apenas 20% do Congresso”, observa. “Nosso governo e nosso Congresso devem refletir sobre isso mais profundamente.”
Embora a Netflix não divulgue números de audiência, é consenso que House of cards foi seu primeiro sucesso massivo. Na Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama chegou a participar de uma paródia da série num encontro anual com correspondentes da Casa Branca. A produção também deu à plataforma de streaming seus primeiros prêmios no universo da TV – foram sete Emmys e dois Globos de Ouro.