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Juiz retira acusação de estupro contra ex-produtor de Holywood

Um juiz de Nova York retirou ontem uma das seis acusações contra Harvey Weinstein. A decisão é uma vitória para a defesa do ex-produtor de Hollywood, que agora quer anular todo o caso. Weinstein, acusado por mais de 80 mulheres por má conduta sexual, é acusado também de um estupro ocorrido em março de 2013 e de um ato forçado de sexo oral em 2006, que podem lhe levar a uma condenação de prisão perpétua.

O produtor, de 66 anos, foi preso em maio, oito meses após a avalanche de acusações de atrizes publicada pela New Yorker. Ele nega as acusações e foi liberado após pagar fiança de US$ 1 milhão. Ontem, Weinstein se apresentou a um tribunal criminal de Manhattan e ouviu a promotoria concordar em retirar uma acusação de ato de sexo oral forçado apresentada por Lucia Evans contra ele, devido a inconsistências das testemunhas.

O advogado de defesa Ben Brafman disse ao tribunal que um documento – que deve ser divulgado – contradisse a versão dos fatos apresentada pela suposta vítima. Segundo uma versão que circulou em parte da mídia americana, Evans, uma aspirante a atriz em 2004, pode ter feito sexo oral em Weinstein por vontade própria, na esperança de obter um papel.

Apesar de manter as acusações de outras duas mulheres contra Weinstein, a decisão de quinta-feira (11) representa um sério revés para a Promotoria. “Estamos avançando a todo vapor”, disse a promotora Joan Illuzzi-Orbon no tribunal. Brafman pediu em agosto que todo o caso fosse descartado, revelando dezenas de e-mails que mostravam que seu cliente e a suposta vítima de estupro estavam em um “relacionamento consensual e íntimo”.
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INSUSTENTÁVEL Ontem, o advogado afirmou que “quando (se reconhece que) uma das principais alegações nesta acusação é baseada em falsos testemunhos, isso é um desdobramento muito grande e importante”.
“Acho que este julgamento está irreparavelmente danificado. O caso contra Weinstein é, na minha opinião, insustentável.”

O advogado disse ainda que seu cliente estava “obviamente aliviado e, até certo ponto, satisfeito” com o resultado de ontem e acusou o promotor público de processar Weinstein por pressão da imprensa. “Quando você é vilipendiado na mídia, como aconteceu com Weinstein, há uma corrida pelo julgamento que é ofensiva ao conceito de justiça e de devido processo”, afirmou.

A próxima audiência está marcada para 20 de dezembro. “Não estou certo de que ele (o juiz) terá outra opção senão rejeitar a acusação inteira contra Harvey Weinstein”, disse Brafman. A advogada de Evans, Carrie Goldberg, falou em defesa de sua cliente e de outras vítimas de agressão sexual, que foram projetadas pelo movimento #MeToo.

Evans fez suas acusações contra Weinstein à revista The New Yorker em outubro passado, ajudando a incentivar inúmeras outras mulheres a relatar suas experiências. “Mais de 80 mulheres acusaram Harvey Weinstein de violência sexual e, se o nosso sistema de justiça falhar em responsabilizá-lo criminalmente, então algo está errado em nosso Judiciário”, afirmou Evans.

“O caso contra Harvey Weinstein está longe do fim, e esperamos que o promotor avance com os outros casos. Lucia continuará sua luta em outros caminhos.
Há uma razão pela qual os agressores poderosos estão assustados e atacando agora”, disse ela. “As vítimas estão se tornando guerreiras, e isso é apenas o começo.” (AFP).