Erika Januza nunca teve experiência profissional com dança até entrar no quadro do Faustão - Foto: JOAQUIM COSTA/TV GLOBO/DIVULGAÇÃO
O ator Danton Mello, de 43 anos, estreou na TV quando tinha apenas 10, como o Cuca da novela A gata comeu (1985). Ao longo da carreira, vieram papéis como o de Hércules em Malhação, Roberto em Hilda Furacão, Rodolfo na segunda versão de Sinhá moça e o conselheiro Gregório em Deus salve o rei.

A atriz Bia Arantes, de 25, foi colega de elenco de Danton nesse último folhetim, no qual interpretou a bruxa Brice. Ela chamou a atenção na TV na pele da freira Cecília, em Carinha de anjo (SBT/Alterosa) e, no cinema, foi a Petra do longa O filme da minha vida, de Selton Mello, irmão de Danton.

Já Erika Januza, de 33, começou a se projetar quando passou no teste para protagonista da minissérie Subúrbia (2012), de Luiz Fernando Carvalho. Sua personagem mais recente foi a juíza Raquel, de O outro lado do paraíso.

Além de atores, os três são mineiros. Danton nasceu em Passos, no Sul do estado; Bia, em Piumhi, no Centro-Oeste; e Érika é de Contagem, na região metropolitana de BH. O trio que ficou conhecido do grande público por seus trabalhos na TV e no cinema tem revelado uma nova faceta: a de dançarinos.
Danton Mello diz que não liga pra disputa e que quer apenas fazer um bom trabalho - Foto: JOAQUIM COSTA/TV GLOBO/DIVULGAÇÃO
Eles estão no elenco da 15ª temporada do quadro Dança dos famosos, do Domingão do Faustão. No programa de hoje, os homens se apresentam pela segunda vez, exibindo seu gingado no ritmo do forró. Na fase de grupos da competição, as apresentações são alternadas – os homens num domingo, e as mulheres no seguinte. No momento da repescagem, todos competem juntos.

Dos três, apenas Bia Arantes chegou a fazer aulas de dança profissionalmente.

Aos 3, ela já fazia aulas de balé clássico. “Como meus pais mudavam muito de cidade, eu entrava em escolas de balé porque isso acabava me ajudando a me familiarizar com o lugar e com as pessoas. Dancei até uns 12 anos, quando lesionei seriamente o joelho e tive de parar. E foi isso que me fez ir para o teatro, a necessidade artística de fazer alguma coisa. Depois, nunca mais voltei a dançar. Cheguei a fazer aulas de dança em academia, mas coisas mais aeróbicas. Dançar com outra pessoa é muito diferente. Parece que comecei a engatinhar agora. É muito diferente de tudo que já fiz”, diz Bia.

Na rotina de Erika Januza e de Danton Mello a dança não fazia parte. “Nunca tinha feito aulas, nenhuma experiência profissional. Tenho experiência com o corpo porque este é meu instrumento de trabalho, principalmente no teatro. Gosto muito de dança, sempre danço em festas, mas do meu jeito”, comenta o ator.

Apesar de o quadro estar no ar há pouco tempo – estreou em 19 agosto –, eles já conseguem fazer um balanço de suas participações. Danton diz ser extremamente crítico consigo mesmo. Nos primeiros dias de ensaio, ele pediu para ficar de costas para o espelho. “Nem em novela e cinema gosto de me ver. Estou curtindo muito e fiquei surpreso com a minha colocação. (Ele ficou em primeiro lugar na largada da competição.) Entrei naquele palco esperando não ser o último. Agora, não vou ficar com essa de ‘peso por estar em primeiro lugar’, porque a cada domingo é um recomeço, uma nova estreia. Estou muito nervoso, tanto quanto na primeira semana. É como se a gente tivesse uma peça nova a cada semana, que apresentamos para o Brasil inteiro. Sinceramente, não estou pensando em competição. Estou pensando em fazer uma boa apresentação para o público.”

Alívio

Erika Januza, a primeira a pisar no palco na semana passada, diz que se sentiu aliviada quando terminou sua apresentação. “Achei que ia errar tudo, de tão nervosa que estava. Recebi cartinhas de fã-clube. Tem tantas pessoas torcendo por nós que quero dar o meu melhor. Aquilo que é alegria vai virando responsabilidade, porque não deixa de ser uma competição.

Nesta primeira apresentação, era nítido que eu estava muito nervosa, estava dura. Mas estou buscando melhorar”, conta.

A atriz conta que recebeu com alegria o convite para participar do quadro, mesmo que sua experiência com a dança se resumisse ao gosto por dançar forró em Belo Horizonte na adolescência. “Por mais que tenha dificuldades, é uma atividade que me deixa muito feliz. Só vejo motivos para sorrir e ser grata. É muito bacana, porque vou vencendo minhas limitações. Sempre tive medo de tirar os pés do chão. São os movimentos que mais me travam. É tão legal se superar. Estou adorando.”

Bia Arantes ressalta o progresso dos participantes, mesmo com pouco tempo. “É engraçado que você olha o primeiro vídeo, no primeiro dia de ensaio, e olha o último e dá para ver a evolução, como você está mais confortável com a dança, com o rosto mais relaxado. Ver essa evolução do passo que não conseguia fazer de jeito nenhum é incrível”, diz.

 

 

 

A rotina é puxada. São duas horas de ensaio por dia, de terça a sábado. A apresentadora Mariana Ferrão chegou a postar um vídeo nas redes sociais chorando e reclamando de dor e cansaço. Danton Mello, Erika Januza e Bia Arantes não negam que o esforço físico é extenuante. Érika afirma que tem sentido dores. “Estou pagando para não sair de casa (risos). Sempre pratiquei atividade física, faço musculação, corro. Nos primeiros dias, não estava sentindo nada. Mas, a partir do quarto dia, meu corpo começou a doer. A dança leva o corpo a lugares que a gente não costuma ir. O corpo está fazendo movimentos novos a toda semana. Se até os professores têm dores, imagine a gente.”

Bia conta que também sente dores e já apareceram alguns roxos em seu corpo, mas diz que isso faz parte do processo. Danton também nota a exigência. “Mexe com todos os músculos. Ainda mais eu que não sou atleta, não tenho preocupação com o corpo, estou sofrendo. Está servindo como estímulo para eu fazer alguma coisa. Normalmente, faço no máximo uma esteira, porque o médico mandou.”

 

PROFESSOR MINEIRO

O mineiro Ricardo Espeschit é o professor responsável por acompanhar a apresentadora Mariana Ferrão. Estreante no Dança dos famosos, ele tentou por quatro anos fazer parte do quadro. Finalmente selecionado para a temporada 2018, o dançarino comemora a conquista. “Estou muito feliz. Primeiro pelo reconhecimento profissional; segundo, pelo aprendizado. É uma grande oportunidade poder ser dirigido por uma equipe de altíssimo nível. É o quadro mais visto da televisão brasileira”, afirma Ricardo, que diz estar impressionado com a exigência física do reality.

“Quando tentei nas outras ocasiões, não estava em condições físicas de encarar esse desafio. Hoje, percebo a importância de estar bem preparado fisicamente. O ritmo do programa é muito intenso.” Atualmente, ele é coordenador da escola Doble, no bairro da Graça, em Belo Horizonte, e dá aulas particulares individuais e para grupos.

Ricardo Espeschit entrou na dança em 1997, por meio do forró, e chegou a ser campeão mineiro, brasileiro e mundial de zouk. O professor e dançarino elogia sua parceira de programa. “A Mariana é ótima. Está sempre bem-humorada, além de ser uma mulher inteligente e de personalidade. Tem sido um aprendizado constante conviver com ela. O físico, como eu disse, é muito exigido no programa. E ela está muito bem fisicamente. Mas os movimentos aéreos e movimentos de dança são estímulos musculares diferentes, aos quais ela não estava acostumada. A dor muscular é normal e irá nos acompanhar até o final da nossa participação. Temos que aprender a conviver com ela e saber que estamos evoluindo”, afirma.

 

PAS DES DEUX
Confira as duplas
participantes da competição
Bia Arantes e Jefferson Bilisco
Dani Calabresa e Reginaldo Sama
Deborah Evelyn e Rodrigo Oliveira
Erika Januza e Elias Ustariz
Mariana Ferrão e Ricardo Espeschit
Pamela Tomé e Marcus Lobo
Anderson Tomazini e Juliana Cássio
Danton Mello e Brenda Martins
Fiuk e Érica Rodrigues
Léo Jaime e Larissa Parison
Nando Rodrigues e Tati Scarletti
Sérgio Malheiros e Natacha Horana

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