Disponibilizada pela Netflix na última sexta-feira (10), a série Insatiable (Insaciável) foi massacrada pela crítica. Estrelada pela atriz Debby Ryan, a produção conta a história de Patty, uma adolescente que sempre sofreu bullying por ser gorda e, após sofrer um acidente, acaba emagrecendo em um curto espaço de tempo. Ela decide, então, se vingar de todos que a menosprezaram anteriormente. Antes mesmo da estreia, uma petição on-line pedia o cancelamento de Insatiable, alegando que pelo teaser já era possível inferir que a série “perpetuava a toxicidade da cultura das dietas e a objetificação do corpo feminino”. Após o serviço de streaming disponibilizar a temporada, composta por 12 episódios, os comentários se tornaram ainda mais contundentes. Além de gordofóbica, Insatiable foi considerada sexista e desrespeitosa com a comunidade LGBTQI.
Boa parte da crítica afirmou que a série não poderia ter tido um pior timing. Em tempos de grandes movimentos que denunciam situações de assédio sexual, como o #MeToo, em Hollywood, o primeiro episódio de Insatiable apresenta um personagem falsamente acusado de abuso. É reforçado, portanto, o estereótipo da mulher histérica, que denuncia um homem por puro revanchismo. Em outra cena, uma colega de Patty afirma que tinha medo de ser considerada “piranha”, e completa: “Agora pensam que sou lésbica. É muito pior”. O segundo episódio é intitulado “A magreza é mágica”, e esse lema é repetido constantemente ao longo da temporada.
Lauren Gussis, idealizadora de Insatiable, tem defendido a série com empenho. Ela reforça que a história de Patty foi inspirada em sua própria vida e afirma que a trama funciona exatamente com uma sátira, já que trata de assuntos que são tabus e, segundo ela, consegue atingir os algozes.
Em seus 12 episódios, a série de fato se propõe a abordar muitos tópicos polêmicos, porém não se aprofunda em nenhum deles. Para a crítica Eleonor Stanford, do New York Times, a produção definitivamente “não é uma sátira, ou pelo menos não uma sátira bem-sucedida”. Kelly Lawler, do USA Today, escreveu: “De alguma maneira, a atração da Netflix supostamente está combatendo a gordofobia sugerindo que boas coisas só acontecem quando você emagrece”. Muitos jornais destacaram também que os distúrbios alimentares de Patty e Bob são tratados de forma irresponsável na narrativa. Os dois personagens são claramente compulsivos, mas o problema é tratado de forma cômica e superficial. Muitos comentários afirmaram que a produção poderia ter seguido a linha de Dietland, série exibida pela Amazon Prime, que retrata de maneira mais sensata a forma como pessoas gordas são tratadas. A intenção da criadora de Insatiable de fato pode ter sido a melhor, mas é preciso mais cuidado e responsabilidade para abordar temas sérios que estão cada dia mais em pauta.
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Lauren Gussis, idealizadora de Insatiable, tem defendido a série com empenho. Ela reforça que a história de Patty foi inspirada em sua própria vida e afirma que a trama funciona exatamente com uma sátira, já que trata de assuntos que são tabus e, segundo ela, consegue atingir os algozes.
Em seus 12 episódios, a série de fato se propõe a abordar muitos tópicos polêmicos, porém não se aprofunda em nenhum deles. Para a crítica Eleonor Stanford, do New York Times, a produção definitivamente “não é uma sátira, ou pelo menos não uma sátira bem-sucedida”. Kelly Lawler, do USA Today, escreveu: “De alguma maneira, a atração da Netflix supostamente está combatendo a gordofobia sugerindo que boas coisas só acontecem quando você emagrece”. Muitos jornais destacaram também que os distúrbios alimentares de Patty e Bob são tratados de forma irresponsável na narrativa. Os dois personagens são claramente compulsivos, mas o problema é tratado de forma cômica e superficial. Muitos comentários afirmaram que a produção poderia ter seguido a linha de Dietland, série exibida pela Amazon Prime, que retrata de maneira mais sensata a forma como pessoas gordas são tratadas. A intenção da criadora de Insatiable de fato pode ter sido a melhor, mas é preciso mais cuidado e responsabilidade para abordar temas sérios que estão cada dia mais em pauta.
Veja o trailer:
* Estagiária sob a supervisão do subeditor Pablo Pires Fernandes