“Rir não é o remédio. O que cura são as histórias. O riso é só o mel que adoça o remédio amargo”. A frase é da comediante australiana Hannah Gadsby, 40 anos, que a usa para explicar durante o espetáculo Nanette, disponível na Netflix, o seu jeito de fazer humor. Diferentemente de grande parte dos humoristas de stand-up, a atriz não usa piadas cotidianas em seu espetáculo. Ela até começa fazendo isso, mas logo transforma a montagem em um lugar de fala para expor uma história de vida complicada e repleta de traumas por conta dos abusos sexuais que sofreu, além dos preconceitos vivenciados por ser homossexual e estar fora dos padrões.
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Acusado de assédio e agressão, Biel está na mira da produção de 'A fazenda''Supergirl' terá a primeira super-heroína trans na televisão dos EUA'Além da 9': Ronaldo deve ganhar série dirigida por Bruno de LucaAndreia Horta assume o comando de 'O país do cinema' no Canal BrasilNetflix assina projetos de séries com criadora de 'Grey's Anatomy'Apesar de ter ficado conhecida do grande público por conta do especial Nanette, Hannah Gadsby tem outros projetos, entre eles, a participação na série Please like me, que teve quatro temporadas. Na produção, ela dava vida a Hannah, mulher lésbica que conhece a mãe do protagonista Rose (Debra Lawrance) em uma clínica de reabilitação mental.
Tendência - O sucesso de Nanette pelo mundo expôs que usar a tensão como forma de fazer humor tem sido uma estratégia de outras humoristas mulheres. É o caso da norte-americana Tig Norato, que, em 2015, lançou o especial Boyish girl interrupted e usou uma série de problemas em sua vida, como a morte da mãe e um câncer de mama, para fazer humor.
Casos de abusos sexuais foram os temas escolhidos para os stand-ups das americanas Adrienne Truscott e Cameron Esposito. Em Asking for it (Pedindo por isso, em tradução livre), de 2013, Adrienne chamou a atenção por fazer o que a maioria das pessoas tem dificuldade: desconstruir a cultura do estupro. Em entrevista ao The Guardian, ela explicou a escolha do tema: “Nunca foi sobre ser engraçado. É sobre sátira, liberação emocional e verdade. Estou interessada em usar a comédia para falar as verdades a um grupo mais amplo de pessoas. Meu interesse é alcançar pessoas que não concordam comigo imediatamente”.
Em Rape jokes (Piadas sobre estupro), lançado no site oficial de Cameron Esposito, compartilha uma experiência de agressão. A decisão de dividir isso em um especial de humor ocorreu por conta do momento atual de Hollywood, em que chovem acusações de abuso. E Cameron faz isso misturando tragédia e humor. “Eu não estaria fazendo isso se não achasse que tinha algo a dizer”, definiu a atriz ao Vulture.
Rindo de coisa séria
Margaret Cho
• A humorista se destacou por fazer espetáculos de stand-up em que debate os problemas políticos e sociais do mundo. Além disso, questões raciais e sexuais estão entre as temáticas da comediante.
Maria Bamford
• Diagnosticada com bipolaridade, a comediante descreve em seus trabalhos, principalmente no especial Lady dinamite, como é viver com o diagnóstico e por meio disso debate a saúde mental.
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