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Exageros dos anos 80 são a graça de 'GLOW', da Netflix

Os anos 1980 são fonte inesgotável para séries. GLOW, cuja segunda temporada estreou há pouco na Netflix, é um dos exemplos. Quem já passou dos 40 – e tem um pendor para o trash – pode se lembrar de Luta livre de mulheres, nome que o SBT deu no Brasil para a série norte-americana Gorgeous ladies of wrestling (Lindas mulheres da luta profissional) ou, simplesmente, GLOW.
 
O original, o primeiro programa de TV de luta livre só de mulheres nos EUA, teve quatro temporadas – 1986 a 1989. Em 2012, as personagens voltaram à tona com um documentário homônimo, que resgatava a ascensão e queda da produção.
 
O que a Netflix fez para GLOW, que concorre em 10 categorias do Emmy, foi recauchutar essa história. Muito da graça da série reside nos exageros do período. Em poucas palavras, a produção acompanha um grupo de mulheres que tentam entrar no mundo do entretenimento pela porta dos fundos.
 
Ruth Wilder (Alison Brie) é a protagonista. Como milhares de jovens que foram para Los Angeles tentar seu lugar ao sol, ela acabou como garçonete cheia de contas a pagar. Com formação teatral, ao contrário de muitas aspirantes a atriz, Ruth sofre por ser um tipo comum, nem bonita nem feia, que não se encaixa em nenhum dos estereótipos que a indústria pedia na época.
 
Pois seu último recurso é um programa pioneiro na TV americana. Sam Sylvia (Marc Maron), diretor de filmes B que há anos não consegue emplacar um projeto, seleciona elenco para um programa de luta livre.
Ruth consegue entrar no elenco na marra, já que o diretor não é capaz de encaixá-la num personagem. E lutador do gênero tem que se encaixar num papel – quanto mais estranho e kitsch, melhor.
 
FANTASIAS O time reunido para o programa é diverso. Tem a filha de um gigante do ringue que se fantasia de peruana; uma garota que se fantasia de lobisomem no ringue e na vida real; uma indiana que se vê obrigada a virar uma terrorista libanesa na luta e por aí vai. Muito spray de cabelo, cores berrantes, música de época (a trilha é uma viagem no tempo) e alguma piada politicamente incorreta (afinal, estamos anos 80).
 
A estrela dos ringues é a ex-melhor amiga de Ruth. Loira, gostosa como qualquer musa de era da aeróbica, Debbie Eagan (Betty Gilpin), que acabou de dar à luz ao primeiro filho, descobre que a pobre Ruth, que tanto ajudou, estava transando com seu marido. Nos primeiros episódios é o papel de destruidora de lares que cabe à protagonista.
 
A primeira leva de 10 episódios acompanha a dinâmica do elenco se preparando para o programa. A gravação do piloto, um tanto problemática, encerra a temporada inicial.
Já o segundo ano começa com uma nova integrante no grupo e o início das gravações da primeira temporada da série, que fechou um contrato com um canal de TV local.
 
GLOW é mais uma série sobre relações humanas do que especialmente um programa sobre luta livre. Rimos aqui e ali do absurdo das situações apresentadas. Convencional por vezes, a comédia dramática se torna amarga em alguns momentos. A série ensina que vida de artista, seja em que palco for, tem muito mais misérias do que alegrias.
 
Abaixo, confira o trailer da 2ª temporada de GLOW:

 

GLOW
As duas primeiras temporadas, com 10 episódios cada uma, estão disponíveis na Netflix
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